Por SELES NAFES
Após três décadas de atuação, a desembargadora Sueli Pini está oficialmente aposentada da magistratura. O ato, assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Rommel Araújo, foi publicado no Diário Oficial da Justiça desta terça-feira (20), e marca a saída precoce de Pini.
Para o padrão das aposentadorias do Judiciário, Sueli Pini ainda é jovem. Tem apenas 61 anos. Tradicionalmente, os magistrados costumam se aposentar após os 70 anos. No entanto, ela ingressou cedo na magistratura, aos 33 anos. Antes, tinha sido advogada e procuradora de estado concursada em Rondônia, até ser aprovada no primeiro concurso da magistratura do Amapá, em 1991.
Além da longa quilometragem percorrida na carreira jurídica, Pini travava uma batalha particular dentro do Judiciário após se manifestar publicamente contra as medidas que suspenderam atividades econômicas no Amapá durante a pandemia de covid-19. A polêmica lhe rendeu uma representação pedindo a instauração de processo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ainda estava em andamento.
Paranaense e mãe de 9 filhos, Sueli Pini foi aposentada voluntariamente por tempo de contribuição e com ganhos integrais. O benefício será pago pela Amprev, com repasses do orçamento próprio do Judiciário.
A magistrada teve o nome projetado nacionalmente na condução do Juizado Itinerante e do Juizado Fluvial, além de ter comandado por mais de 20 anos o Juizado Central e ser reconhecida pela contribuição que deu à celeridade de processos. Ao vencer a disputa interna para ocupar o desembargo, ela ainda precisou ingressar na justiça para ter o direito assegurado.
Procurada pelo Portal SelesNafes.Com, a magistrada declarou que a hora chegou, mas que continuará trabalhando.
“Saio imensa e eternamente agradecida à cada dia que trabalhei para a entrega da justiça a quem bateu na minha porta. Continuarei a trabalhar em outras frentes nessa terra que me deu o que tenho de mais precioso que foram os nove filhos que aqui encontrei e formei a mais incrível das famílias”.
Com a saída dela, o juiz Mário Mazureck, que já era juiz convocado pelo tribunal, deve ocupar a vaga por antiguidade.