Passageiros reclamam de superlotação e comida ruim em navio

Embarcação Leão do Marajó zarpa do Porto de Santana, a 17 km de Macapá.
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Entra ano e sai ano e os navios que fazem linha do Amapá, desde o município de Santana até Belém, seguem sendo a alternativa mais barata para quem deseja sair do Estado. Na viagem da embarcação “Leão do Marajó”, realizada nesta última segunda-feira (9), no entanto, passageiros relataram se arrepender desta opção.

A principal reclamação tem relação não apenas com o conforto, mas com a segurança da viagem e também a com falta de precauções sanitárias.

Segundo o tenente Robson, da Polícia Militar do Amapá, havia uma clara superlotação. Quem procurou o Portal SelesNafes.com primeiro, porém, foi um filho indignado com a situação que a mãe passou na viagem até Belém.

Segundo Renan Pereira, sua mãe teve que ir às pressas até Belém visitar a avó de Renan, que está bastante enferma, e, devido ao alto preço das passagens aéreas – marca indelével do mercado aéreo no Amapá –, desde o embarque houve o receio com a quantidade de pessoas que estava no navio.

“Eu fiquei apavorado, pois na minha vista já estava tudo lotado, tanto de passageiros quanto de carros e produtos que eles transportam. Foi o policial que viajava ao lado da minha mãe que cedeu um espaço para atarmos a rede dela e eles gravaram um vídeo mostrando a superlotação”, declarou Renan.

Segundo o filho, a comida servida no navio era de péssima qualidade, os tripulantes estavam todos sem máscaras de proteção e as redes já estavam atadas pelas laterais, causando temos ao trazer a lembrança do recente naufrágio do Anna Karoline.

Passageiros temiam superlotação

Tenente Robson, que gravou o vídeo, reclamou do deboche com que os encarregados da embarcação o teriam tratado ao realizar suas reclamações. Além disso, destacou a falta de higiene e de segurança quanto à covid-19.

“Muita carga na frente do navio, muita gente, superlotado, a parte lateral eles vinham atando rede onde dava, um por cima do outro. O cara veio dizer pra mim quem eram 400 passageiros, mas tinha muito mais. A cozinha muito imunda. Conforme o vídeo, a moça que servia a comida, sem máscara, sem nada. Se aquela moça estiver doente, ela contaminou o navio todo”, desabafou o militar.

O portal SN entrou em contato com o proprietário da embarcação, José Azevedo Leão, de 60 anos, que negou a suposta superlotação. Segundo ele, o Leão do Marajó tem capacidade para 414 passageiros e com a pandemia de covid-19, a lotação máxima, devido aos decretos de restrição, fica em 248 passageiros.

Passageiros reclamaram que a cozinheira não respeitava os protocolos sanitários contra covid. Fotos: Reprodução

José garantiu que o navio saiu do Porto de Santana com 191 passageiros, embarcaram 36 durante o percurso e desembarcaram 19.

O ferry boat, tipo de embarcação, tem autorização de realizar o transporte dê caminhões de pequeno porte, esclareceu José. Quanto ao uso de máscaras, o proprietário apenas disse que a utilização é obrigatória.

Já sobre a qualidade da comida, José Leão nada declarou. Mas, enfatizou que a sua embarcação faz a viagem desta linha há quatro anos e é a primeira vez que eles recebem reclamações desta natureza.

“São um incentivo para melhorar o atendimento aos passageiros”, limitou-se a declarar.

Por fim, o empresário relembrou que, em toda a saída de viagem, a embarcação é fiscalizada por autoridades como a Capitania dos Portos, a Vigilância Sanitária e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!