Por RODRIGO ÍNDIO
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp) conheceu, na manhã desta sexta-feira (13), uma nova tecnologia que já é usada por outros estados e países como ferramenta de trabalho de agentes de forças policiais e salvamento. São câmeras projetadas para serem acopladas aos uniformes de agentes de segurança com objetivo de monitorar o turno de serviço.
O órgão enfatizou que, por enquanto, apenas estuda a aquisição do novo sistema. Contudo, testes começarão em 30 dias em militares da Força Tática e Batalhão de Operações Especiais (Bope), agentes da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Grupo Tático Prisional (GTP). Esses grupos de segurança pública pertencem às Polícias Militar, Civil e Penal.
De acordo com a apresentação da empresa Axon, dentre os benefícios da adesão está o fortalecimento e qualificação de prova produzida pelos agentes públicos; redução do uso de força e redução de denúncias falsas contra agentes públicos; cultura de profissionalismo e modernização das organizações públicas; rápida solução de crises de imagem e aumento em declarações de culpa.
Na prática, as câmeras portáteis são acopladas aos uniformes, têm autonomia de 12 a 15 horas e gravam automaticamente todas as atividades policiais durante o turno de serviço. Ou seja, todas as abordagens, fiscalizações, buscas, varreduras, acidentes e demais interações com o público são registradas. O equipamento também é a prova d’água e suporta até 10 metrôs de profundidade.
Os dados são transmitidos em tempo real por meio de live streaming ou armazenados na nuvem para acesso remoto das autoridades de segurança e judiciais sempre que necessário.
A localização por GPS também facilita a produção de provas e garante mais segurança aos policiais. Com o equipamento acoplado ao corpo, o policial pode ter sua posição facilmente rastreada e informada com exatidão a outras equipes em casos de necessidade de reforço.
Existem dois modos de uso: gravação de 12h contínua, ou deixar em stand-by e o policial acionar no momento que acha desejável. Fica a critério de cada órgão local, no caso a Sejusp. Somente 3 ou 5 pessoas terão acesso as imagens.
“O intuito da câmera é a evidência de imagens, ou seja, a proteção do uso policial para sua legitimação. Essas câmeras são uma tendência no mundo. Já são 680 mil câmeras em atividade policial em cerca 120 países, com destaque para cidades como Londres, Nova York, Paris, Tokyo”, disse Denis William, representante da empresa Axon.
Ele acrescentou que, no Brasil, a polícia de São Paulo já conta com 4,5 mil e terá 22 mil até o final do ano. Já a polícia do Rio de Janeiro está em contratação de 16 mil câmeras.
O representante disse, ainda, que o custo de locação de cada equipamento no estado de São Paulo, por exemplo, gira em torno de R$ 700 a R$ 800 ao mês.
Outros estados do Norte também estudam a implementação do sistema. Caso o Amapá faça a locação, o recurso sairá do Fundo Estadual de Segurança Pública. O valor do possível investimento não foi informado. Todos os gestores e quem está na atividade policial serão ouvidos para a tomada da decisão.
“Uma tecnologia que achei extremamente interessante, é que essa câmera, diferente de uma GoPro, por exemplo, imita a retina do olho humano, então, ela mostra exatamente o que estou vendo (…) Então é aguardar. A gente entendeu e aprendeu um pouco do que ela se predispõe a oferecer e vamos poder testar em nossas forças de segurança”, comentou o secretário da Sejusp, Carlos Souza.
De acordo com ele, a intenção é que todos os órgãos de segurança do estado possam aderir ao sistema.