Por OLHO DE BOTO
O policial penal preso na manhã desta terça-feira (3) em Macapá, acusado de ajudar e pertencer ao crime organizado do Amapá, levava uma vida de luxo, com ostentação de vários carros caros e chegava a lucrar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil com a entrega de encomendas e outros serviços para a facção, de acordo com as investigações.
A Polícia Civil não revelou o nome do policial acusado, mas o Portal SelesNafes.com apurou que o nome dele de guerra é Anderson Luís, conhecido pelos colegas como “Olhos de Águia”, que seria uma referência à sua boa vigilância quando tirava turnos de sentinela nas guaridas do presídio e monitoramento de câmeras de segurança.
Anderson foi preso durante a Operação batizada de Calabar – em alusão ao traidor histórico Domingos Calabar. O mandado de prisão foi cumprido na Central de Monitoramento Eletrônico do Iapen, onde ele estava atualmente lotado.
Outro mandado de prisão foi para o criminoso que já cumpre pena por outros crimes, e também dois mandados de busca e apreensão numa cela e num imóvel ligado ao policial penal.
O portal SelesNafes.com conversou com o delegado encarregado das investigações, Estéfano Santos, da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Veja:
Ele confirmou que a função do policial dentro da organização criminosa era levar drogas e celulares para dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá, durante seus turnos de serviço.
Um desses pontos seria um banheiro, localizado próximo à entrada do presídio, no pavilhão de Triagem, destinado a presos recém chegados. Foi lá que câmeras de segurança filmaram quando Anderson entrou e, em seguida, o preso faxineiro, que saiu com uma encomenda.
Segundo as investigações, ele fazia isto deixando as porções de entorpecentes e outras encomendas da facção em vários pontos de um determinado pavilhão do Iapen. Um preso, que era liberado para fazer faxina nesses locais, se encarregava de pegar os embrulhos e levar para os líderes presos.
A polícia ainda apura a quanto tempo Anderson contribuía com a facção. No entanto, ele é investigado a cerca de 1 anos pela Draco.
Apadrinhado
Segundo o delegado Estéfano, o policial penal Anderson tinha um elevado padrão de vida, proporcionado pelas atividades que fazia para a facção.
Por seus serviços bem executados, ele era bem pago e era protegido de um dos principais líderes da organização criminosa, Tiago Pantoja Borges, o Espeta, que foi transferido do Iapen para o Presídio Federal de Mossoró, no último dia 20 de julho.