Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
A vacinação de adolescentes sem comorbidades de 12 a 17 anos, em Macapá, segue sem definição. Após a repentina mudança de orientação do Ministério da Saúde sobre a vacinação desse público, o Governo do Estado do Amapá anunciou que os 16 municípios amapaenses iriam continuar a imunização de todos os adolescentes. No entanto, no início da noite de ontem (17), os canais oficiais da prefeitura de Macapá emitiram comunicado informando que a capital iria seguir as recomendações do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal, ou seja, aplicar as vacinas apenas em adolescentes com comorbidades, deficiências permanentes e privados de liberdade.
“Conforme orientação do Ministério da Saúde, a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades está suspensa em Macapá. A prefeitura seguirá os direcionamentos do Plano Nacional de Imunização (PNI)”, diz o breve comunicado da prefeitura.
As redes sociais da prefeitura foram, imediatamente, cobertas de críticas e questionamentos.
“Sigam o exemplo de São Paulo, que não suspendeu a vacinação e garantiu a segunda dose ainda”, disse uma internauta.
“Quando as coisas começam a melhorar, o governo federal faz o favor de querer atrapalhar, mais uma vez”, retrucou outra.
Uma mãe, falou da preocupação com a volta às aulas:
“O governo vai continuar aplicando e o prefeito suspende. E como fica os adolescentes que tomaram a 1ª dose? Eu quero que meu filho tome a 2ª dose para poder autorizar meu filho voltar para escola”, reivindicou a mãe.
São centenas de comentários críticos. A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) informou que 35.900 pessoas de 12 a 17 anos já tomaram a primeira dose no Amapá. A vacina autorizada pela Anvisa para este público é somente a da Pfizer/Biontech, como vem acontecendo em diversos países.
Estado
A partir do anúncio da Prefeitura de Macapá, o Governo do Estado voltou a se pronunciar, ainda pela noite.
“A vacinação de jovens de 12 a 17 anos continua no Amapá! A decisão do Governo do Estado foi acordada entre todos os 16 municípios. Desta forma, continuaremos na missão de garantir vacina no braço do maior número de amapaenses o quanto antes”, diz a nota do GEA.
O Ministério da Saúde está sob grande pressão. Segundo o jornal Folha de São Paulo, os membros da Câmara Técnica do Plano Nacional de Imunização podem apresentar uma renúncia coletiva de seus cargos, caso o ministro da Saúde Marcelo Queiroga não retroceda da sua decisão.
Em Macapá, o caso segue em aberto. Há a possibilidade da resolução do problema ocorrer através do diálogo ou mesmo, em última instância, do Governo do Amapá assumir a aplicação das vacinas, como já o fez em outras ocasiões em parceria com as prefeituras, como no caso dos mutirões de vacinação para os profissionais de educação.