Por RODRIGO ÍNDIO
A Polícia Civil do Amapá prendeu em flagrante Marinilson Silva, de 20 anos, que confessou ter assassinado Aldeniza dos Santos Gama, de 47 anos, na madrugada desta terça-feira (14), na frente das próprias filhas. O caso ocorreu por volta de 3h na casa da vítima, na Rua Santarém, no Bairro Parque dos Buritis, zona norte de Macapá.
O trabalho de investigação teve início ainda na madrugada e seguiu pela manhã. Duas casas foram apontadas como possíveis esconderijos de Marinilson. A faca utilizada no crime foi encontrada ensanguentada no meio de um matagal em via pública.
O criminoso foi preso por volta de 11h, a três quarteirões de onde ocorreu o crime. O dono da casa onde ele foi encontrado também foi detido pela polícia por negar que o suspeito era a mesma pessoa que estava sendo procurada, o que configurou o crime de favorecimento pessoal [prestar auxílio a quem comete crime].
“Ele deu guarida, ele tentou acobertar o autor do crime. Se a gente não tivesse ficado no local a gente teria perdido esse homicida”, detalhou o delegado Vladson Nascimento.
Na delegacia, Marinilson Silva, ao confessar, com frieza, que matou Aldeniza, disse que teria desferido os golpes de faca nela e nas filhas simplesmente por vingança. Ele não mostrou arrependimento.
“Ele disse que fez isso em razão de pouco mais de um ano atrás a vítima [Aldeniza] ter solicitado para que o investigado saísse da residência que morava há 4 anos, de favor com ela. Um motivo fútil, motivo banal. Ele guardou aquilo dentro do coração, depois de 1 ano e seis meses, tomou 2 latinhas de cerveja foi até a casa da vítima, esperou ela dormir e desferiu os golpes”, acrescentou o delegado.
Ainda segundo ele, Marinilson disse que estava em um bar e “bateu” na cabeça dele de ir na casa da vítima que ele considerava como tia e as filhas dela como primas. Era por volta de 23h quando ele teria pedido para dormir e logo depois agiu.
“Premeditou no sentido de deixar a vítima dormir, deitar, ficar mais vulnerável para que ela não pudesse se defender. E a filha presenciou esse feminicídio na hora que o acusado desferia as facadas”, acrescentou o delegado.
Por conta de informações preliminares, ele será enquadrado em crime de feminicídio como homicídio qualificado praticado em razão de violência doméstica por ser considerado aparentado, também por motivo fútil e outros elementos que podem surgir no decorrer das investigações.
Marinilson não tinha passagem pela polícia e encontra-se na Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher (DCCM) disposição da Justiça.