Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
As aulas das redes estadual, municipal e privada estão em pleno processo de retorno. Um encontro do Teatro de Bonecos, que será realizado nos dias 8, 9 e 10 outubro, na semana da criança, irá alinhar o segmento e refletir como colaborar nesse processo de retorno.
Há décadas o Mestre bonequeiro Guiga Melo e a psicopedagoga Paiodhy Marly, utilizam o Teatro de Bonecos como forma de auxiliar no processo educacional de gerações de amapaenses da cidade e dos campos ribeirinhos, que já passaram pela experiência de encantamento com o teatro feito pelo casal e seus companheiros de trupe.
A atividade necessita da proximidade com o público – as crianças – para prender a atenção e despertar o que a sala de aula tradicional às vezes pode ter dificuldades de fazer. Guiga e Paiodhy querem debater os desafios do segmento e como podem contribuir neste retorno para recuperar o tempo perdido.
“O boneco tem um poder muito forte, que é o poder de síntese. Às vezes você quer explicar algo para uma criança, para um público, e você se enrola muito. Quando tu botas um boneco, em questão de 10, 15 minutos, as pessoas entendem o que é, porque a açaí dele é muito direta. Com ele, não tem ‘arrudeio’”, explicou Mestre Guiga.
O linguajar e o sotaque não escondem o que o bonequeiro revela. Suas raízes são pernambucanas e seu ofício de bonequeiro vem das primeiras lembranças da vida, na formação obtida nas feiras do nordeste. Daí para o casamento com o potencial educacional do Teatro de Bonecos foi um passo.
“O Teatro de bonecos prende a atenção da criança, ele envolve a criança, no que ele envolve a criança nessa magia lúdica que é o boneco, a criança volta a atenção toda para aquilo. A gente aborda temas transversais, violência, meio ambiente, saúde e outros”, contou Paiodhy.
Encontro
O evento reunirá grupos dos estados do Amapá, Acre e Santa Catarina. São eles: Cia. Viva de Teatro, Quimera Cia. de Teatro, Tropa Mamulungú e Trip Teatro, que em três dias de programação socializarão, em formato virtual, seus espetáculos e suas experiências com o teatro de formas animadas. A sede ainda está em definição.
Na pauta: os desafios encontrados frente a este “novo normal” que inviabilizam uma interação direta entre os objetos animados e o público que o assiste.
“É importante destacar que é difícil produzir um evento como esses em época de pandemia, por isso também estamos pedindo apoio para pessoas, o que já está acontecendo, está rolando. Estamos procurando apoiadores e parceiros pra gente poder realizar este evento”, finalizou Paiodhy Marly.
Os veteranos do teatro amapaense pedem colaborações, parcerias e doações para a realização do primeiro encontro do teatro de bonecos do Amapá. Doações podem ser feitas na chave pix: CPF 154.367.642-15, em nome de Ivanildes Marly Rodrigues Cardoso.