Pesca esportiva: setor pode gerar R$ 50 milhões por ano no Amapá

O município de Porto Grande, com os Rios Araguari, Falsino e toda a região das barragens das hidrelétricas, tem potencial na pesca esportiva.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Pescadores esportivos amapaenses querem colocar o Estado do Amapá na rota nacional e mundial da lucrativa e sustentável indústria da pesca esportiva e ecológica.

Um dos pescadores esportivos que está à frente do projeto, Rafael Guedes Capiberibe, de 39 anos, da agência Amazon Fishing Macapá, informou que só na missão Parú 2021, realizada entre agosto e setembro deste ano, na divisa entre Pará e Amapá, vieram cerca de 120 pescadores esportivos profissionais de fora do Estado.

Segundo dados coletados por Rafael, a pesca esportiva movimenta cerca de R$ 200 bilhões ao ano em todo o mundo, tendo 4 milhões de praticantes no Brasil. É de olho neste potencial que o setor tem se organizado e buscado as autoridades para impulsionar o segmento e realizar projetos.

Por exemplo, agora em outubro, um grupo de pescadores esportivos do Paraná virá pescar em Cutias. O município de Porto Grande, com os Rios Araguari, Falsino e toda a região das barragens das hidrelétricas, tem potencial na pesca esportiva como, na verdade, praticamente todos os municípios amapaenses com as centenas de rios que temos.

Uma das características deste tipo de turismo é que o praticante de pesca esportiva geralmente quer um novo desafio. Fotos: Arquivo Pessoal

O fato dos principais roteiros nacionais já estarem bastante explorados, pode ajudar na entrada do Amapá com força no mercado, pois uma das características deste tipo de turismo é que o praticante de pesca esportiva geralmente quer um novo desafio, uma nova aventura, um novo rio e uma nova região para descobrir.

E a primeira previsão do grupo é ousada.

“Nosso potencial no Amapá é de movimentar inicialmente mais de R$ 50 milhões em pesca esportiva no primeiro ano, assim que a estrutura estiver montada é dinheiro na mão do hoteleiro, do motorista de aplicativo, do taxista, donos de lojas de pesca, lojistas, artesãos, piloteiros e toda a cadeia que tece o organismo chamado pesca esportiva”, declarou Rafael.

Para a pesca esportiva…

… o peixe vale mais vivo que morto

Ribeirinhos e preservação

Um dos pontos essenciais dos planos da agência está na relação com os ribeirinhos e a conscientização da preservação. A pesca predatória, por exemplo, é um dos grandes inimigos da rede de pesca esportiva e o peixe vivo, preservado, pode gerar renda para as comunidades.

O projeto, que prevê até a construção de hotéis, como o do Parú, pretende utilizar Macapá e as cidades e comunidades do interior do Estado como geradoras e beneficiárias diretas dos recursos que o turismo ecológico pode trazer.

Praticantes da pesca esportiva…

… geram renda para as comunidades locais

Há, ainda, a ideia de feiras permanentes com artesanatos e produtos das populações de cada local e a construção de um Centro de Convenções na pousada do Parú para debates sobre meio ambiente e turismo ecológico, dentre eles, a pesca esportiva.

“O peixe vale muito mais vivo do que morto. Com o peixe vivo, podemos fortalecer a economia, gerar empregos, recursos e qualidade de vida aos nossos ribeiros. Precisamos criar um consciente coletivo de preservação”, finalizou, empolgado, Rafael.

Além da visita a Cutias do Araguari, o grupo já planeja o projeto Parú 2022 e uma expedição pelo Rio Amazonas até o Rio Tapajós.

Seles Nafes
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