Por RODRIGO ÍNDIO
Oreliana Feitosa dos Santos, de 36 anos, sonhava em continuar trabalhando para, junto com o companheiro, educar os filhos e lhes oferecer um futuro digno.
Ela largou o emprego de doméstica para ser recepcionista em um hotel em busca de melhores condições de vida, o que já poderia ser visto em seu simples, mas aconchegante e organizado apartamento no Conjunto Macapaba 2, zona norte da capital.
Nos últimos meses, viveu a felicidade da gestação saudável pela terceira vez. Porém, na madrugada de sábado (6), poucas horas depois de dar à luz a uma linda menina, sofreu uma hemorragia e não resistiu às complicações.
Além da recém-nascida Ana Vitória, Oreliana deixou a pequena Ana Clara, de 1 ano e 10 meses e o Jonas Pietro, de 9 anos, todos nascidos de cesarianas.
“A bebê nasceu às 22h40 do dia 5, minha mulher faleceu 02h40 do dia 6 na maternidade Mãe Luzia. Os médicos disseram que ainda retiraram o útero dela, que não fechou após o parto, mas ela sangrava muito. Teve três paradas [cardíacas], hemorragia e foi para os braços de Deus”, lembra o viúvo, Ocival Santos dos Passos, de 52 anos.
A notícia desestabilizou a família por inteiro. Oreliana era o esteio de todos. Seu corpo foi levado para sua cidade natal, Breves, nas ilhas do Pará, onde foi sepultado no último domingo (7).
O companheiro de Oreliana e pai dos 3 filhos, trabalha como mototaxista e agora precisa se redobrar porque é ele quem cuida integralmente das crianças neste momento de dor.
O casal estava junto havia 14 anos. Quem mais sente falta da mãe, é Ana Clara, que pergunta por ela toda hora.
“Tínhamos um relacionamento bom, e uma convivência boa. Era meu tudo. Tínhamos sonhos e uma vida pela frente. Ela me deixou três anjos e serei eternamente grato. É uma tristeza muito grande a perda dela. A perda dela complicou muito, porque até para eu sair pra trabalhar fica difícil”, detalha Ocival.
O casal antes se revezava para cuidar dos filhos, às vezes até pagavam diária para uma babá, mas com a morte de Oreliana as contas apertaram e tudo complicou.
O serviço de mototáxi também preocupa porque tem queda neste período de chuvas e o preço da gasolina afeta diretamente no trabalho. Sem alternativa, Ocival decidiu pedir ajuda.
“Quem puder ajudar com fraldas, porque as duas menores usam, leite especial para a recém-nascida que o médico indicou uma lata de R$ 50, mas comprei um de R$ 24 que é mais em conta, enfim, é mais alimento pros meus filhos. É mais para eles porque não está fácil”, disse emocionado o mototaxista.
A reportagem identificou que hoje na geladeira da família havia um pedaço de mortadela, metade de um abacate, restos de cebola e tomate, além de arroz gelado. A despensa estava com algumas bolachas, um macarrão instantâneo, café e um vidro de pimenta.
Quem quiser ajudar com alimentos, leite, fraldas ou qualquer valor, basta entrar em contato com o número (96) 99190-2673 [Ligação/WhatsApp] ou fazer doação pela chave PIX/CPF: 303.621.992.72 em nome de Ocival Santos dos Passos.
Pai e filhos moram no Conjunto Habitacional Macapaba 2, na quadra 11, bloco 12, apartamento 303. A família de Oreliana chegou em Macapá nesta quarta-feira (10) para visitar as crianças, mas também é carente.