Por RODRIGO ÍNDIO
Durante a assinatura do contrato de transferência da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) para o Grupo Equatorial Energia, dirigentes da empresa garantiram que já incorporaram nesta terça-feira (23), inicialmente, R$ 400 milhões para investimentos na rede, além de novos empregos e R$ 1 bilhão de investimentos em um prazo de três anos. O objetivo é melhorar o serviço de distribuição de energia, uma dor de cabeça muito antiga do amapaense.
A transferência, em solenidade no Palácio do Setentrião, foi o último ato de um processo de negociação que durou mais de três anos e foi conduzido pelo governador Waldez Góes (PDT) com o governo federal, BNDES e bancada federal.
A privatização da CEA, a última do Brasil no setor elétrico, traz investimentos essenciais para o desenvolvimento econômico. Um deles é a construção de uma nova rede de energia de Porto Grande a Serra do Navio, que visa potencializar em dobro os investimentos que acontecem na região.
Em Macapá, a ideia inicial é construir a Subestação São José, na área central, para melhorar o fornecimento. Há ainda compromissos de agenda social, ambiental, fiscal e energia renovável, inclusive com soluções definitivas para a região do Bailique, que padece há anos com a falta de energia.
Waldez lembrou da deficiência histórica na distribuição de energia, e da dívida quase impagável de R$ 3 bilhões com a Eletronorte, além da dívida de R$ 1 bilhão feita no governo Camilo Capiberibe (PSB), que continua sendo paga pelo Estado a cada dia 15. Com a privatização, o grupo Equatorial assume o passivo de R$ 3 bilhões e ainda garante R$ 400 milhões de investimento inicial, além de garantir os atuais postos de trabalho por meio da transposição e outros arranjos jurídicos.
“A empresa já anuncia que gerará entorno de 1,5 mil empregos já em 2022. Novos postos de trabalho. Quando no mundo e no Brasil tá tendo redução nos postos de trabalho, o Amapá tá tendo a chance de manter e avançar na oportunidade de mais postos de trabalho. Lógico, a cada mês e a cada ano melhorando a segurança energética e distribuição de energia vão gerando novos investimentos no Amapá porque mais empresas se instalarão aqui”, disse o governador.
A CEA, que quase 900 mil pessoas nos 16 municípios, passa oficialmente a ser administrada pela Equatorial Energia, vencedora do leilão realizado em 25 de junho de 2021, num processo que contou com a participação do senador Davi Alcolumbre (DEM). O diretor-presidente da empresa, Augusto Miranda, lembrou que a Equatorial foi a única a participar do leilão, e explicou o motivo.
“Porque nós acreditamos firmemente no futuro do Estado e a energia que vai fomentar esse crescimento”, justificou.
“O primeiro passo é ter um planejamento estratégico junto com o governo e está refinando isso, como o governador falou dentro dos próximos três anos vamos injetar R$ 1 bilhão (…). Então, isso mostra a forma decidida que nós estamos fazendo de investir. As primeiras obras, naturalmente, ninguém faz milagre, ninguém da noite pro dia resolve problemas. Nós vamos com investimento, com o envolvimento da sociedade e com a discussão das soluções”, acrescentou.
Tarifa
Questionado sobre o valor da tarifa, o presidente do grupo falou que ela deve ser aplicada de acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Equatorial também controla distribuidoras de energia no Maranhão, Pará, Alagoas, Piauí e no Rio Grande do Sul.