Por SELES NAFES
Uma mulher de 36 anos foi presa preventivamente, nesta sexta-feira (19), acusada de ameaça, constrangimento ilegal, favorecimento à prostituição e de explorar sexualmente mulheres e adolescentes em uma cabana no meio da floresta de Calçoene, município a 340 km de Macapá. A Polícia Civil, que pediu a prisão dela, afirma que uma das vítimas morreu afogada durante a tentativa de fugir do local onde ocorriam programas sexuais e outros crimes.
A investigação começou quando o corpo de Milena Gonçalves da Silva, de 23 anos, foi encontrado numa área de mangue do Rio Cunani, na última quarta-feira (17). Ela estava numa voadeira com mais duas jovens, uma delas de 16 anos e grávida de 4 meses. O barco era conduzido por um adolescente de 12 anos que tem deficiência visual.
A forte maresia virou a embarcação ocasionando o naufrágio. Nenhuma das ocupantes sabia nadar, mas apenas Milena não conseguiu se salvar.
As sobreviventes, todas jovens e de famílias humildes de Calçoene, disseram em depoimento que foram convidadas a trabalhar por Samara Alves Batista num bar de sua propriedade, localizado numa área de floresta de difícil acesso.
“Ela explorava até a adolescente grávida. Tentamos chegar lá com a ajuda do Exército e não conseguimos, para você ver como o lugar é de difícil acesso”, comentou o delegado Kleyson Fernandes, que investiga o caso na delegacia de Calçoene.
Samara foi presa preventivamente e já respondia a outro inquérito. Foto: Reprodução
Corpo da jovem apareceu quando na maré baixa
Escravidão sexual
Durante depoimento, as sobreviventes relataram que eram impedidas por Samara de deixar o local sob ameaças, e que todos os alimentos que consumiam eram anotados como dívidas a serem pagas por elas. Os ‘clientes’, informaram elas, eram tripulantes de barcos pesqueiros.
“Elas disseram que todas as despesas eram anotadas pela Samara em um celular”, comentou o delegado, que solicitou a prisão preventiva da acusada.
“Ela não teve conduta para matar a menina, mas a morte decorreu da tentativa de fuga”, acrescentou.
Samara já responde a outro inquérito em Calçoene pelo mesmo crime de exploração sexual. Ela é natural de Macapá, mas foi presa pela manhã na casa da mãe dela, na zona urbana de Calçoene.