Por SELES NAFES
O clima é de tristeza entre os cerca de 20 funcionários do Fantástico Park. Nos últimos três dias, eles têm se dedicado a desmontar os brinquedos que nesta temporada foram poucos usados em Macapá. A ordem é deixar tudo pronto para embarcar ainda nesta semana para a próxima capital, Belém (PA).
Acampados há cerca de duas semanas no estacionamento do Amapá Garden Shopping, na zona sul da capital do Amapá, os funcionários e suas famílias estão desolados. A maioria evita conversar com estranhos que perguntam sobre o destino deles. Outros respondem em poucas palavras com outro questionamento: “fazer o quê, né?”.
Na noite de 21 de dezembro, um dos vagões do Minhocão, brinquedo tradicional em qualquer parque de diversões que se preze, descarrilou deixando uma criança e a mãe feridos. A menina, de apenas 5 anos, teve um golpe profundo na região da cintura, mas não corre risco de morte.
O Corpo de Bombeiros, que já tinha autorizado o funcionamento do parque, interditou o brinquedo e depois todo o complexo de 15 atrações preventivamente por 10 dias, até que novas vistorias pudessem comprovar a segurança do local. O inquérito aberto na Delegacia de Repressão a Crimes Contra Crianças e Adolescentes (Dercca) ouviu os responsáveis pelo parque, vítimas e aguarda o laudo da perícia.
Em depoimento, os responsáveis pelo parque culparam um rolamento pelo acidente que poderia ter terminado em tragédia.
“Ouvimos todo mundo no dia seguinte aos fatos, e o trabalho está quase concluído. A decisão de desmontar o parque é uma decisão do Corpo de Bombeiros de suspender todo o funcionamento. Esta semana devemos concluir o inquérito”, comentou o delegado Ronaldo Entringe, que ainda aguarda os laudos para determinar algum indiciamento.
Enquanto isso, os funcionários se dedicam a desmontar a Montanha Russa e o Superman, duas das maiores e principais atrações.