Defesa alega que motorista embriagado não tem como pagar fiança: “Só negro e pobre ficam presos”

Na audiência de custódia, juíza arbitrou fiança de R$ 5,5 mil
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Por SELES NAFES

O motorista que atropelou uma criança de sete meses e a mãe, na tarde de Natal, continua preso em flagrante no Ciosp do Pacoval, em Macapá. Nesta segunda-feira (27), a defesa do acusado alegou que o acusado não tem condições de pagar a fiança de R$ 5,5 mil, nem de forma parcelada.

O acidente ocorreu na tarde do último sábado (25), no Bairro Jesus de Nazaré. O pedreiro José Clemerson Fonseca dirigia uma picape Strada quando perdeu o controle e bateu em uma residência, causando ainda danos estruturais no imóvel vizinho.

Na frente do primeiro imóvel estava a mãe com o filho de sete meses no colo. O motorista foi preso em flagrante pela Polícia Militar com visíveis sinais de embriaguez. O teste do bafômetro confirmou o crime de trânsito, e ele foi levado para o Ciosp do Pacoval. Na audiência de custódia, a juíza arbitrou a fiança com parecer favorável do Ministério Público do Estado.

“Ele é um pedreiro, sem nenhuma reserva de dinheiro. A família está tentando levantar um empréstimo consignado”, explicou a advogada Marcilene Rocha.

Picape ficou desgovernada afetou dois imóveis. Fotos: Reprodução/Redes Sociais

A advogada considerou severa a decisão da justiça, considerando as condições sociais do pedreiro.

“Ele não é alfabetizado. Não conseguiu nem assinar o depoimento dele, fez isso com a digital. Ele é réu primário, tem bons antecedentes, possui filho menor, cuida da mãe que tem câncer e possui residência fixa. A criança vítima estava no Ciosp com a perna enfaixada. Até onde eu seu ela não ficou internada. Infelizmente a nossa justiça é assim, só fica preso quem é pobre e negro”, criticou a advogada.

A PM informou ontem que a criança foi conduzida para o Hospital de Emergência de Macapá com uma fratura em uma das pernas, mas sem risco de morte.

A juíza que conduziu a audiência de custódia deu 24h para que pelo menos a entrada do valor da fiança seja paga. Se isso não ocorrer, é provável que a prisão preventiva seja decretada.

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