Por SELES NAFES
Há algum tempo que os fios com cerol dos tradicionais papagaios deixaram de ser as principais ameaças a ciclistas e motociclistas de Macapá. A ‘moda’ agora são os fios de telefonia e de operadoras de internet caídos pelo caminho. Eles podem ser fatais.
Há algumas semanas, o barbeiro e comerciante Eldo Duarte trafegava de moto pela Avenida Feliciano Coelho, no Bairro do Trem, a caminho do salão que administra com o irmão. Ele não viu que no caminho, perto do trabalho, haviam fios telefônicos.
Já era noite e os fios ficaram quase ‘invisíveis’ na escuridão. Os cabos enrolaram no guidão da motocicleta, pescoço e derrubaram Eldo com violência no chão. Ele foi socorrido por pedestres, se levantou e, apesar dos ferimentos, conseguiu chegar ao salão.
A dor maior era no pé direito, que começou a inchar.
“Bati muito a minha barriga, tive dificuldade de respirar. A moto não teve muito prejuízo, mas o pé começou a doer demais e fomos para o Hospital de Emergência”, relembra.
No HE, um raio-x confirmou a fratura. Apesar disso, o ferimento do pescoço poderia ter sido muito mais perigoso. A marca ficou como recordação e sinal de alerta.
Por coincidência, meses antes, acidente parecido já tinha ocorrido com o irmão de Eldo.
“Também caí de moto e tive alguns ferimentos. Graças a Deus nada grave, mas também foram nesses fios que ninguém recolhe”, diz Eldair Duarte.
Os fios telefônicos caídos podem ser vistos em quase todos os bairros da capital. Em alguns pontos, cansados de ver acidentes se repetindo, moradores decidiram por conta própria amarrar os cabos a árvores e nos próprios postes.
Moradores relatam que os fios ficam caídos geralmente depois da passagem de caminhões altos, reparos das empresas ou mesmo tentativas de furto.