Família de vigia da OAB questiona absolvição de policiais

Para Maurício Pereira, decisão contraria inquérito e denúncia do MP assinada por três promotores
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Por SELES NAFES

O advogado Maurício Pereira, que representa a família do vigia da OAB morto numa ação da Polícia Militar do Amapá, em 2017, em Macapá, disse nesta quarta-feira (15) que vai recorrer da decisão que absolveu todos os policiais. Para ele, a atuação do Ministério Público e da magistrada que julgou o caso prejudicou o resultado do processo.

Maurício Pereira afirma que as circunstâncias da ocorrência foram muito bem investigadas pela Polícia Civil do Amapá, no sentido de comprovar excessos na atuação dos integrantes do antigo Batalhão de Rádio Patrulhamento Motorizado da PM (BRPM), atual Força Tática.

Na noite de 10 de abril de 2017, a perseguição a criminosos que tinham invadido a agência do Santander, no Centro Comercial de Macapá, foi parar dentro da sede da OAB. O vigia do prédio, Adriano Fortunato da Silva, de 30 anos, e o assaltante Alessandro Ferreira, foram mortos a tiros.

A PM afirma que os dois receberam os policiais a tiros. Com base em depoimentos e no exame residuográfico que testou positivo para chumbo nas mãos deles, a juíza Luciana Camargo, da Vara do Tribunal do Júri, acatou parecer do MP pela absolvição sumária dos policiais, por entender que eles agiram em legítima defesa.

O advogado da família de Adriano Fortunato, no entanto, lembrou que os policiais foram indiciados pela Polícia Civil e que o MP chegou a oferecer denúncia contra toda a guarnição.

Perícia no prédio da OAB na manhã seguinte à ocorrência, em 11 de abril de 2017. Fotos: Olho de Boto e Cássia Lima/SN

Adriano Fortunato da Silva, vigia da OAB: chumbo nas mãos. Foto: arquivo familiar

“Foi muito bem relatado pelo delegado Celso Pacheco e a denúncia foi assinada por três experientes promotores de justiça. Infelizmente, tínhamos uma promotora substituta por ocasião do parecer (pela absolvição) e uma juíza substituta por ocasião da sentença, que subtraiu do Tribunal do Júri a sua competência para julgar”, avaliou.

Maurício Pereira disse que nenhuma prova contra os policiais foi cancelada ou anulada, e que irá protocolar recurso no Tribunal de Justiça para reformar a sentença.  

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