Por SELES NAFES
Um dos principais desafios da Aldeia do Manga, na terra indígena Uaçá, no município de Oiapoque (extremo norte do Amapá), deve desaparecer ainda neste ano. Mais de duas décadas após o compromisso firmado de compensação por obras na BR-156, o governo federal liberou recursos e a aldeia terá o ramal de acesso finalmente asfaltado. A liberação foi articulada pela bancada federal e confirmada pelo senador Davi Alcolumbre (DEM), no último fim de semana.
O ramal que dá acesso à aldeia fica no KM-18 da BR-156. Na estação das chuvas, é comum a vicinal ficar inundada ao ponto de desaparecer e praticamente isolar a comunidade do acesso com veículos motorizados.
A pavimentação do ramal faz parte de um pacote de melhorias acordado nos anos 1990 que incluía nova escola e outras obras. A notícia que os indígenas tanto esperavam foi divulgada no último domingo (9), durante reunião virtual organizada com lideranças pelo ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís, que compõe a equipe do senador.
A obra, de aproximadamente R$ 10 milhões, vai asfaltar os 7,5 km de ramal, que na estação das chuvas chega a desaparecer deixando isolada a comunidade no acesso por carro.
De acordo com o senador Davi Alcolumbre, a licitação e a contratação da obra serão realizados pela Companhia do Vale São Francisco (Codesvaf), estatal que abriu escritório no Amapá no ano passado, após articulação do senador, para realizar obras de infraestrutura.
“Os recursos já estão empenhados desde o fim do ano. Sabemos da importância e por isso vamos precisar de todo o apoio de vocês para termos as autorizações e licenciamentos necessários”, avisou o senador, ao se referir sobre a necessidade de mobilização da comunidade para pressionar a Funai e outros órgãos liberarem a obra.
“Já houve mobilização para asfaltar há mais de 20 anos, mas a Funai e as ONGs impediram. A Funai pode dizer não, mas nós indígenas é que estamos autorizando”, disse o presidente do Conselho dos Caciques, Gilberto Iaparrá. Além de Iaparrá, estava na reunião o cacique da aldeia do Manga, José Elito.