Por RODRIGO ÍNDIO
O presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve no Amapá nesta sexta-feira (14) para lançar o Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS), projeto de telecomunicações que prevê a expansão da infraestrutura de conexão com a internet, sobretudo para comunidades isoladas e ribeirinhas.
O presidente chegou às 9h55 no aeroporto de Macapá. Às 10h45, pegou uma lancha com destino a balsa fundeada na praia de Fazendinha, onde estão os supercabos de fibra óptica que serão submersos no Rio Amazonas para conectar a região a uma internet mais rápida e estável.
Lá, fez inspeção e lançamento dos cabos. Apoiadores do presidente o cercaram durante todo o trajeto.
Bolsonaro destacou a integração através da internet e o desenvolvimento econômico que o programa pode trazer com as chamadas Infovias de conexão. Ele também ressaltou que os recursos são de empresas privadas, operadoras de telecomunicações.
“Aqui não tem dinheiro do estado, não tem dinheiro do contribuinte, isso é fantástico. Vamos conectar toda Região Norte e trazer internet de qualidade para vocês”, resumiu o presidente.
Esta foi a terceira visita de Bolsonaro no Amapá. A primeira foi em abril de 2019 durante inauguração do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Macapá. A segunda ocorreu durante o apagão de novembro de 2020.
PAIS
Ao todo, a rede de expansão terá 12 mil quilômetros de extensão com cabos de fibra óptica que levarão conexão a 58 cidades da Região Norte e beneficiarão, aproximadamente, 10 milhões de pessoas. Essas estruturas interligadas são chamadas Infovias.
Na solenidade desta manhã, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, explicou que alguns cabos são subaquáticos e passarão pelos rios Amazonas, Negro, Solimões, Madeira, Purus, Juruá e Rio Branco. Este é o caso do Amapá, por onde o projeto iniciará.
No estado amapaense, um supercabo de fibra óptica de 770 km, submerso no Amazonas, irá conectar Macapá (AP) a Santarém (PA), passando pelas cidades paraenses de Alenquer e Almeirim e seu distrito de Monte Dourado, proporcionando internet de ultravelocidade para serviços públicos.
Esta é a Infovia 00, que conta com investimento de R$ 94 milhões, sendo a maior parte de recursos do Ministério da Comunicação (MCom). Houve ainda repasses do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Justiça e de emenda (R$ 6 milhões) do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“São 10 milhões de brasileiros que serão conectados. Isso vai trazer produtividade e reduzir a desigualdade social, pois vai aumentar a competitividade dessas cidades e empreendimentos que nelas existem. As estradas onde não tem sinal de internet agora terão, assim caminhoneiros, por exemplo, não ficarão sem comunicação durante tanto tempo. E assim será nos navios, balsas, barcos que transitam entre as cidades da Amazônia”, pontuou o ministro.
A infraestrutura de fibra da Infovia 00 veio da Alemanha e vai beneficiar cerca de 1 milhão de pessoas, entre elas ribeirinhos e pescadores.
A previsão é que a implantação da rede principal da Infovia 00 seja concluída até 31 de janeiro. As redes metropolitanas devem ser entregues até março de 2022.
Infovias
Em 2021, o MCom iniciou os estudos para implantação da “Infovia 01” que interligará Santarém a Manaus, passando por outros nove municípios nos estados do Pará (Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa) e do Amazonas (Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes).
A expectativa é que ainda no último trimestre de 2022 seja efetuado o lançamento do cabo subfluvial. O investimento total para a construção das infovias é de R$ 1,7 bilhão. Parte do recurso é proveniente de leilão do 5G.
Conexão
A rede de infraestrutura (backbone) levará conexão de altíssima velocidade às cidades. O cabo possui 24 pares de fibras óptica e cada uma dessas fibras suporta 40 canais de dados, cada um com capacidade de 100 gigabits por segundo (Gbps) – conexão quase mil vezes superior à banda larga doméstica que, em média, tem capacidade de 100 megabits por segundo.
A RNP, detentora do direito de toda a infraestrutura, compartilhará o acesso e a infraestrutura com os operadores e provedores de telecomunicações que compõem o Consórcio Aberto do Operador Neutro – modelo inovador de operação adotado pelo MCom. Serão essas empresas as responsáveis por fazer a operação, manutenção da rede e levar conectividade às cidades.