Por ANDRÉ SILVA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última sexta-feira (28), a venda de autotestes para detecção de covid-19 em farmácias e pela internet, para o consumidor final. Para a comercialização, os fabricantes precisarão atender as exigências da Agência e do Ministério da Saúde, quanto a informação sobre os resultados positivos, e a eficácia do produto.
Para o Sindicato de Farmácias do Amapá (Sindfarma), a medida alcança apenas os testes de antígeno, que são os que utilizam uma gota de sangue para aferição, e não o de RT- PCR que utiliza um cotonete. O autoteste é aquele em que o paciente realiza o exame si mesmo.
“O que as farmácias tem que fazer agora é aguardar e buscar posteriormente, a lista de produtos aprovados pela Anvisa. O lojista tem que ficar atento para aqueles produtos que não tem registro na Anvisa”, alertou Enildo Pinheiro, presidente da Sindfarma.
Ele disse que a previsão é que até o fim de fevereiro os fabricantes já tenham registrados seus produtos junto a Anvisa.
Martelo batido
A decisão veio depois que o Ministério da Saúde enviou informações quanto a inclusão do autoteste nas políticas públicas de testagem para covid-19, e sobre o registro de casos positivos. As informações foram solicitadas pelo colegiado da Anvisa, em reunião ocorrida no último dia 19.
Na reunião desta sexta, que durou pouco mais de uma hora, os quatro diretores foram unanimes quanto a necessidade do autoteste no controle da pandemia, como já ocorre em outros países. Argumentaram ainda que o nível de contágio provocado pela nova cepa do vírus (Omicrom), é maior que a anterior. O diretor-presidente da agencia, Antônio Barra Torres não participou da reunião.
O voto seguido pelos demais diretores, foi da relatora do tema, Cristinane Gomes. A diretora destacou ainda em seu voto, que a oferta do teste nas drogarias, supri a necessidade de pessoas que buscam o exame no SUS, laboratórios particulares ou farmácias e não conseguem.
Requisitos
Para que o produto seja comercializado, o MS exigiu que os fabricantes disponibilizem uma plataforma com tecnologia QR Code, para fins de o cliente informar o resultado do exame. Além disso os testes precisam ter registro na Anvisa.
Preços
Os diretores se mostraram preocupados com a precificação dos testes. Eles entendem que, como o produto será mais acessível à população e a farmácia não fará o serviço de coleta de material biológico, a tendência é que o preço seja menor do que o praticado atualmente.
O Portal selesnafes.com esteve na última semana em farmácias de Macapá que realizam teste de covid-19 em suas lojas. A reportagem constatou que os testes de antígeno eram comercializados a R$ 70,00. Já o de RT-PCR estava sendo vendido a R$ 109,00.
Nesta semana o Procon esteva nas drogarias que comercializam os produtos para fiscalizar os preços praticados e constatou que os preços subiram assustadoramente.
Nos próximos dias a Anvisa vai publicar a resolução com as principais exigências, para que sejam registradas e passem a fornecer os autotestes.