Oficial que matou colega da PM se apresenta à polícia

Pereira da Silva (camisa verde) estava sendo procurado desde ontem (24), quando matou o tenente Kleber Santos com um tiro na cabeça
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Por RODRIGO ÍNDIO

O major da PM do Amapá que matou um oficial da mesma corporação, durante uma briga de trânsito, se apresentou na manhã desta sexta-feira no Ciosp do Macapaba, na zona norte de Macapá. Ele prestou depoimento e foi liberado para responder ao processo em liberdade.

Joaquim Pereira da Silva, de 61 anos, estava acompanhado do advogado Charlles Bordalo. Ele prestou depoimento ao delegado Luiz Carlos Júnior e apresentou a pistola .40 que matou o tenente Kleber Santos, que estava havia 19 anos na PM. 

“Foi uma tragédia para os dois, principalmente para o rapaz que veio a óbito. A versão do meu cliente é que ele só atirou porque teve uma arma apontada para si, e estava sendo ameaçado. Por isso retrucou e atirou pelo lado e quando o carro foi para a frente, atirando por trás”, disse o advogado

O major estava sendo procurado desde ontem (24), às 7h, quando disparou vários tiros em direção ao carro em que estavam o tenente Kleber Santos, lotado na Casa Militar da Assembleia Legislativa, e o filho dele. Um dos tiros acertou a cabeça do oficial, que morreu dentro do carro e na frente da criança, que estava sendo levada para a escola no momento da discussão.

O crime ocorreu no cruzamento da Rua Odilardo Silva com a Avenida Cora de Carvalho, no Bairro Central.

“Ele não sabia que era um militar, não conhecia esse rapaz. Essa criança foi uma surpresa. Não tinha como ver (a criança). Ele não queria matar. Se quisesse teria ido até o carro e concluído. Agiu em legítima defesa. Quando o rapaz puxou a arma ele acreditou que poderia ser morto. (…) Basta a ameaça. Isso está na jurisprudência para caracterizar a legítima defesa”, acrescentou o advogado ao Portal SelesNafes.Com.

Oficial (camisa verde) ao lado do advogado Charlles Bordalo e familiares. Fotos: Rodrigo Índio

Major prestou depoimento e foi liberado

Advogado Charlles Bordalo da entrevista ao repórter Olho de Boto/SN: tragédia para ambos

O depoimento

O Portal SN teve acesso ao depoimento do major. Na versão dele, quando os dois carros estavam emparelhados, Kleber Santos o teria xingado de “filho de puta”, baixado a janela do veículo e exibido uma arma. O major afirmou que não teve reação na hora, a não ser deixar o carro passar, sacar sua pistola ponto 40 e abrir fogo.

Depois disso, ele contou que desceu do carro, se posicionou atrás dele para se proteger e pediu que testemunhas chamassem a polícia, pois dentro do Ônix havia um homem armado. Um morador, no entanto, viu que havia uma criança dentro do veículo e a retirou de dentro. O oficial admitiu que, ao ver o menino, decidiu fugir do local.

Carro da vítima foi atingido por vários tiros. Foto: Olho de Boto

Tenente Kleber Santos foi morto com tiro na testa

Como o major se apresentou espontaneamente, estava fora do período de flagrante e não havia mandado de prisão contra ele, o delegado Luiz Carlos Júnior permitiu que o oficial, que está há seis anos na reserva, continue respondendo ao inquérito em liberdade. 

Seles Nafes
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