Por ANDRÉ SILVA
A Polícia Civil do Amapá fez prisões neste fim de semana no inquérito que apura as mortes de dois pescadores no município de Pracuúba, município a 260 km de Macapá. O delegado Vinícius Nunes, da Delegacia de Polícia do Interior (DPI), confirmou as detenções, mas disse que não poderia dar mais detalhes para não atrapalhar a investigação.
As prisões foram solicitadas pela própria DPI. Segundo o delegado, o inquérito corre em segredo porque há necessidade de preservar alguns fatos.
“Foram prisões por ordem judicial por fatos que constam no inquérito e a própria população sabe”, disse em poucas palavras a respeito das prisões.
No dia da prisão dos suspeitos, no sábado (19), o advogado de um deles divulgou vídeos nas redes sociais acusando o delegado de dificultar o trabalho da defesa. O depoimento, segundo ele, teria sido dado sem a presença de um defensor que teria sido impedido de ter acesso ao cliente.
A Delegacia Geral de Polícia Civil emitiu uma nota nesta segunda-feira (21) afirmando que no momento do interrogatório o delegado que conduz as investigações explicou todos os direitos do suspeito, e que em nenhum momento teria sido informado que “terceiros haviam contratado advogado”. Segundo a nota, somente depois do interrogatório e de conduzir o suspeito para a cela, o delegado foi informado sobre a presença de um advogado.
Elias Penha Gibson e Gideão Dias de Oliveira tiveram os corpos localizados por moradores no dia 23 de janeiro. Eles estavam desaparecidos desde o dia 21, quando saíram para pescar. Os dois foram mortos com tiros na nuca e encontrados a cerca de 50 metros da rabeta que usavam.
Durante protesto na cidade de Pracuúba, moradores chegaram acusar o delegado da cidade, César Augusto, que teria de forma premeditada atrasado as buscas e investigações. O delegado atribuiu as acusações à retaliação de fazendeiros acusados de furtos de gado na região, e que foram investigados por ele.
Mesmo assim, César Augusto foi afastado, assim como o segundo delegado nomeado para o inquérito. Vinícius é o terceiro delegado em menos de um mês a assumir o caso.