Por OLHO DE BOTO
A assaltante Maria Euclina, conhecida como Duquesa do Crime, de 24 anos, ficou frente a frente com o delegado Ronaldo Coelho, nesta quinta-feira (16), na Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), no Ciosp do Pacoval, em Macapá. O objetivo era para prestar depoimento sobre uma de suas várias ações criminosas.
Duquesa era integrante de um bando que invadiu uma casa e manteve uma família refém durante um roubo frustrado ocorrido no último dia 9, no município de Ferreira Gomes, a 135 km de Macapá. Durante a ação, ela fez várias transmissões pelo Facebook, mostrando as vítimas, o nervosismo do bando e as negociações com a PM.
Após libertar os reféns – depois de uma madrugada inteira de tensas negociações – a quadrilha foi presa em flagrante e permanece custodiada.
Contudo, o que o delegado queria saber era do envolvimento de Duquesa em outro roubo, que ocorreu no mês de janeiro, no Bairro Cabralzinho, na zona oeste da capital, onde ela se passou por entregadora e abriu caminho para uma outra quadrilha invadir a casa de um médico.
A investigação apontou que o bando roubou a residência depois de receber informações de um homem conhecido como “Bombado”, que já teria trabalhado na construção do forro da casa do médico.
No depoimento, que durou cerca de uma hora, Duquesa negou a participação da empregada que foi rendida no portão da casa e disse não saber o paradeiro de Bombado, nem dos demais integrantes da quadrilha.
Arrependida, com 4 filhos pra criar e com o companheiro também preso no Iapen pelo roubo em Ferreira Gomes, Duquesa revelou ter recebido, como partilha do roubo à residência do médico, apenas um brinco de ouro. Ele fez questão de frisar que “a vida era muito melhor antes do crime, quando trabalhava de cabeleireira e na produção de festas”.
No entanto, o delegado Ronaldo não acreditou no arrependimento dela. Ele falou que Duquesa é uma mulher do crime diferente das outras, que em geral são apenas usadas como isca ou coleta de informações. Ela costuma ir para as ações criminosas, arma-se, ameaça vítimas e já chegou a comandar células criminosas da facção a qual pertence.
“A quadrilha do roubo de Ferreira Gomes não era a mesma quadrilha do roubo a casa do médico. Ou seja, ela transita entre diferentes e pequenos grupos criminosos. Na live do assalto, foi possível ver como ela é agressiva com as vítimas”, destacou o delegado.
Após o depoimento, Duquesa retornou ao Iapen, escoltada pela polícia penal. Bombado contina sendo procurado.