Após morte de pastor, pitbulls estão abandonados e moradores com medo

Cão teria matado o ex-dono
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Por RODRIGO ÍNDIO

Medo e insegurança. É o que sentem os moradores das proximidades da casa onde estão os dois cães da raça pitbull monster, um deles envolvido na morte de um pastor evangélico, na tarde da última sexta-feira (11), no Bairro Goiabal, na zona oeste de Macapá.

Márcio André Farias Melo, de 49 anos, que teve o braço e a perna dilacerados por um dos animais, ainda foi socorrido, mas morreu no Hospital de Emergência de Macapá. Com a divulgação da notícia, houve críticas a pessoas que supostamente preferiram gravar o vídeo do ataque, em vez de fazer algo para salvar a vítima.

Enquanto o corpo era velado, na tarde de sábado (12), o Portal SelesNafes.Com conversou com moradores no local que dizem temer uma nova “tragédia anunciada”. Eles afirmam que os dois animais moram no mesmo imóvel desde o ano passado, e já invadiram casas, atacaram pessoas e mataram outros animais na comunidade.

O fato e o socorro a vítima

Eram cerca 17h30 quando Rogério Daniel Reis estava indo levar material de papelaria na casa do amigo e passou em frente ao terreno localizado na Rua Montevidéu. Foi exatamente nesse momento que começaram os gritos e apareceram mais dois homens. A mãe de um deles começou a filmar o ataque, enquanto os três estavam pulando o muro do terreno para conter os cães.

“Foi muito rápido. A gente só tinha pedaços de pau e tijolos. Jogamos pra tentar afastar, o cão não largava o braço dele, quando afastamos, socorremos. Chamamos os bombeiros que demoraram quase 20 minutos pra chegar. Ele [Pastor Márcio] perdeu muito sangue, pedia para não morrer”, lembra.

Rogério: paus e tijolos para afastar o animal. Fotos: Rodrigo Índio

Momento do ataque

Rogério conta que o animal macho branco era quem estava fazendo o ataque. A cadela marrom, que estava no cio, ficava no entorno sem atacar. Moradores chegaram a relatar que a vítima tinha deixado a cadela para cruzar com o cão agressor havia alguns dias, e tinha ido levar alimentos quando houve o ataque. Outros moradores, no entanto, afirmam que a vítima era o dono original dos animais, mas decidiu doá-los já adultos para o amigo pastor, que continua em Belém (PA), mesmo após a tragédia em seu imóvel. 

“O pastor Márcio estava indo cuidar deles com água e comida. Ele teria ido justamente fazer isso, mas bateu a porta e esqueceu a chave dentro da casa, quando foi pular o muro o cachorro o estranhou”, acrescentou o jovem que fez o resgate.

Pastor que morreu teria doado os animais ao amigo

Cão que matou o ex-dono

Ataques

Rogério, que mora desde 2003 no bairro, garante que já presenciou pelo menos 5 fugas dos mesmos cães. Em uma delas, acabaram matando o cachorro da vizinha, no fim de 2021.

Morador da frente do imóvel onde estão os pitbulls, Júlio Becker também já presenciou os cães atacando outro animal.

“Desde quando chegaram, eles saem. São cães de porte grande, ferozes, que já entraram duas vezes na minha casa. Sempre vínhamos falando para os vizinhos tomarem cuidado, porque passa criança, famílias passeiam, mas era uma tragédia anunciada. A gente quer, pelo amor de Deus, que se tome uma providência”.

Júlio Becker: outro animal morto pelos cães

Advogada Cláudia Santos: solicitar resgate

cadeado aberto

Moradores afirmam que cães estão sem alimentos e água

Medidas

A advogada Cláudia Santos falou que as autoridades policiais, como o Batalhão Ambiental, não compareceram ao local para recolher os animais que estão famintos, sem água e estressados. Para piorar, o cadeado do portão grande não está trancado, gerando tensão para os moradores. A situação permanecia assim na manhã deste domingo (13).

“Além de cães e gatos, eles já atacaram outras pessoas e graças a Deus não teve resultado morte, mas é uma ameaça constante. Vou na delegacia, precisamos saber como está o inquérito e solicitar o resgate, já que estão em estado de abandono e oferecendo risco pra população”, disse.

Para a moradora, a polícia teria informado que não tem onde colocar os animais e que os donos precisariam estar presentes para serem conduzidos a delegacia. Enquanto isso, mesmo com medo, os moradores passaram a dar alimento para eles ficarem menos estressados e não morrerem de fome.

Seles Nafes
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