Após tragédias, Canal do Beirol começa a receber proteção

Para alguns moradores, proteção parece frágil e pode não suportar impactos de carros, para outros, a inciativa pode salvar vidas.
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Por ANDRÉ SILVA

Palco de acidentes e tragédias, o Canal do Beirol no trecho da Rua Hamilton Silva, na zona sul de Macapá, finalmente começou a receber proteção nas laterais. Para alguns moradores, a solução chegou um pouco tarde, para outros, a inciativa pode salvar vidas.

A proteção está sendo feita com anilhas de cimento, que têm aproximadamente um metro e trinta de altura, por cinquenta centímetros de diâmetro. Elas são posicionadas ‘de pé’ em buracos de 20 centímetros de profundidade. Depois disso, a base é coberta com cimento.

Essas especificações foram repassadas por trabalhadores da Prefeitura de Macapá que estavam trabalhando no local no momento da reportagem. A prefeitura não repassou informações, apesar da solicitação do Portal SN.

Para o autônomo Ismael Santos, de 38 anos, a proteção é provisória e o projeto – assim como obra – está sendo tocado às presas, tudo depois do último acidente que aconteceu no local e vitimou um homem de 58 anos. Ele sugere que a estrutura seja frágil.

Manilhas são posicionadas em buracos como este

Ismael Santos, a estrutura é frágil: “Se tiver um palmo para de baixo da terra, é muito”

“Se tiver um palmo para de baixo da terra, é muito. Se enchesse de concreto e colocasse meio metro de profundidade, ainda era mais fácil segurar”, opinou o autônomo.

Ele diz que muitas pessoas são imprudentes, mas também há aquelas que são vítimas de uma péssima sinalização.

“Você precisa ver a velocidade que o pessoal desce pro rumo desse canal, achando que tem ponte e que podem atravessar para o outro lado. Acabam passando direto. Tinha que ser algo permanente e mais seguro”, sugeriu Ismael.

O acidente que Ismael lembrou foi o que vitimou Reginaldo Sousa Brito. Ele trafegava pela Rua Hamilton Silva, sentido Muca/Beirol, quando caiu acidentalmente com o carro na erosão às margens da via com o canal.

Mas o local já foi cenário de outras tragédias. Em 2016, dois irmãos morreram afogados dentro do carro que caiu no Canal do Beirol

Imagem do acidente que matou Reginaldo Sousa Brito

Na saída deste motel vários carros já caíram no canal

No veículo estavam ele e o filho. Reginaldo ainda conseguiu soltar o cinto de segurança da criança, mas não se salvou.

Raimunda Ramos, de 54 anos, é pioneira no bairro. Ela está mais otimista que Ismael, e acredita que a proteção pode salvar muitas vidas apesar da aparente fragilidade.

“Eu acredito que vai melhorar porque não tinha nenhuma proteção aí. Vira e mexe, caía um carro aí dentro do canal. Acredito que com essa proteção diminua os acidentes aqui. O último que aconteceu, o rapaz salvou o filho, mas não conseguiu se salvar, foi terrível”, relembrou a moradora.

Para Raimunda Ramos, a proteção pode salvar muitas vidas

Trecho já com as manilhas instaladas

Por enquanto, o trecho onde a proteção já chegou fica entre a Avenida Tupis e Goitacazes no Bairro Beirol. 

Seles Nafes
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