Por SELES NAFES
A decisão da executiva nacional do PSB de não participar da federação com PT, PCdoB e PV, o que facilitaria coligações proporcionais para deputados federais e estaduais, causou impactos no partido em todo o Brasil, e não Amapá não foi diferente. Apesar de apoiar a criação da federação, dirigentes do Amapá já esperavam por esse cenário. Foi o que revelou em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, na última quinta-feira (10), o único deputado federal e um dos caciques da legenda, Camilo Capiberibe. Ele admitiu que o esforço por votos será maior, mas adiantou que haverá diálogo com partidos do mesmo espectro para buscar ‘convergências’.
Camilo também falou sobre a decisão do senador Randolfe Rodrigues (Rede) não se candidatar ao governo, e das reações de partidários do PSB após o anúncio. O PSB prepara um grande evento para a filiação da Professora Piedade Videira, no próximo dia 19, com a presença de dirigentes nacionais.
Como ficará o partido aqui na disputa por vagas na Alap e Câmara?
Teremos alguns desafios. Temos uma nominata com 7 pré-candidatos a deputado federal e 18 a deputado estadual. A federação facilitaria a nossa vida, porque em vez de ter 7 nós teríamos 3 ou 4 nomes. Não ter a federação significa que vamos ter que fazer um esforço de convergência com os partidos do campo para estar num palanque só, e isso significa buscar (entendimento) com PT e a federação da Rede com o Psol. O impacto aqui no Amapá significa ter um esforço maior na organização das nominatas, mas como a gente não ficou contando só com a federação, a gente já tinha um trabalho acumulado.
O desejo do PSB era pela federação?
Sim. Dos 27 diretórios, 17 defendiam, entre eles o do Amapá. A bancada federal também defendia, mas houve divergências por causa das questões locais (SP e RS). Mas aqui no Amapá não tem divergência tão grande. Aqui a gente terá convergência no campo progressista.
Essa convergência incluiria a Rede Sustentabilidade?
Com certeza. O que a gente está buscando é uma candidatura única no campo progressista. As candidaturas que existem hoje são ligadas a Waldez e Davi, que são Jaime e Clécio. São do mesmo campo, esquerda e centro. Significa que existe espaço para o campo progressista. O Clécio é de Centro agora, e se afina melhor com Waldez e Davi…
Mas como o PSB viu o nome do Lucas Abrahão lançado pela Rede?
A tarefa do senador Randolfe é viabilizar o Lucas, assim como a nossa é viabilizar a Professora Piedade (Videira). Não vejo isso como um problema. O prazo para essas decisões serem tomadas é julho, e ainda estamos em março. Mais na frente a gente pode convergir as forças.
Houve uma reação forte após o anúncio de Randolfe de que ele não concorreria ao governo numa coligação com o PSB. Parecia ruptura…
Não foi uma reação ao Randolfe. Estamos no campo progressista. Quando ele retirou a candidatura esse campo ficou vazio, e temos que construir um nome do zero. Lá surgiu o Lucas, e aqui teremos a filiação da Professora Piedade (dia 19 de março). Vamos gastar sola de sapato, e mais na frente faremos pesquisa e avaliação para tomar uma decisão. Não podíamos deixa o nosso campo órfão.
A maioria dos partidos está enfrentando dificuldades para ter nominatas por falta de pré-candidatas. E o PSB?
Temos a nossa cota preenchida. São 3 mulheres, entre elas a Cristina (Almeida, deputada estadual que tentará vaga de federal). Como sempre alguém desiste, buscaremos 4 para termos uma reserva.