“Para mim ficou mais difícil”, lembra aluno sobre estudar em casa

Seed preparou estratégia para ajudar alunos que tiveram o ensino prejudicado durante período mais crítico da pandemia de covid-19.
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Por ANDRÉ SILVA

O retorno às aulas, na última segunda-feira (7), emergiu um novo desafio para a volta do ensino presencial 100% depois de dois anos de distanciamento por causa da pandemia de covid-19.

A distância gerou uma deficiência no aprendizado e isso já havia sido detectado pela Secretaria de Educação do Estado (Seed), que desenvolve desde 2020 uma estratégia para suprir essa necessidade e não deixar nenhum aluno para trás.

Essa falha na aprendizagem foi sentida pela dona de casa Ediele Leal dos Santos, de 42 anos, que durante os anos de 2020 e 2021, viu o filho indo ladeira abaixo nos estudos.

Ela destacou que no período mais crítico da pandemia, o filho estudou o 4º e o 5º anos em casa. Esse distanciamento do professor e da sala de aula podem ter sido o fator principal que impediu que ele avançasse, principalmente na leitura.

“Ele não se desenvolveu tanto como a gente esperava. Não estava presente na sala de aula, não tinha aquela atenção que o professor dá na sala de aula. Prejudicou muito ele, sim, principalmente na leitura. Ele regrediu muito”, destacou a dona de casa.

O filho dela é o Adriel dos Santos, de 11 anos. Ele confirmou o que disse a mãe: na sala de aula e com a presença do professor, as dúvidas podem ser facilmente tiradas e o assunto bem mais compreendido, disse.

“Na escola os professores passam a matéria pra gente e a gente entende. Em casa, você pega o livro e tenta ler, e como ainda tenho dificuldade em ler, para mim, ficou muito mais difícil”, disse o garoto.

Para resolver situações como a do Adriel, a Seed aplica, desde 2020, o programa de Avaliação Diagnóstico para os alunos do ensino fundamental e médio, que mapeia informações sobre o desempenho deles e propõe planejamentos pedagógicos mais adequados às necessidades de cada um.

O coordenador da Educação Básica e Profissional da Seed, Ryan Miller, destacou que há um plano específico para que avaliação alcance alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e todos os anos do ensino médio, mas para ele ocorrer, é preciso que haja um planejamento na rotina pedagógica das escolas.

Coordenador da Educação Básica e Profissional da Seed, Ryan Miller

“Nós fizemos uma avaliação no final do ano [de 2021] e vamos fazer outra agora em março dos alunos do segundo ano com foco na leitura, para ver o nível de aprendizagem que eles estão. A partir daí, vamos organizar esses alunos por nível de aprendizagem e fazer intervenções focais dentro daquelas habilidades que eles precisam desenvolver”, explicou o coordenador.

O plano de atuação da secretaria consiste em aplicar quatro tipos de estratégias como: ampliar o tempo de permanência do aluno na escola; trazer o aluno para a escola no contraturno; elaborar projetos específicos para cada aluno e por último, o uso de um aplicativo desenvolvido para essa finalidade, o Aprendizagem em Casa.

A plataforma possibilita a interação entre professor e aluno. Ela pode ser baixada nas lojas de aplicativos.

Seles Nafes
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