Policiais penais e nutricionista são presos em nova ação contra entrada de materiais no Iapen

Ordens de prisão e de busca e apreensão foram cumpridas em Macapá e Santana.
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Cinco pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (10) durante uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual contra um esquema que contava com a facilitação de servidores público para a entrada de armas, drogas, celulares e outros materiais proibidos, que iam parar nas mãos de detentos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

A ação policial, Batizada de Operação Blindness – cegueira em inglês –, foi executada por agentes federais e policiais do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPE.

Eles cumpriram oito mandados de busca e apreensão em residências e na empresa de um dos investigados; além de cinco mandados de prisão preventiva, sendo: dois contra policiais penais, um em desfavor de um empresário do ramo alimentício, além de um nutricionista e a esposa de um detento. Nenhum nome foi divulgado pelas autoridades.

As ordens judiciais foram executadas nos municípios de Macapá, nos Bairros Jesus de Nazaré, Jardim Felicidade, Central e Trem, e em Santana, no Bairro Paraíso.

As investigações tiveram início após a prisão da nutricionista Letícia Kenya Kemmer Staut Ferreira, que era gerente da cozinha do Iapen, e o detento Rafael Góes. Segundo a polícia, eles tentaram pôr para dentro do presídio 11kg de cocaína e maconha, 48 celulares, 1 revólver e 66 munições, no dia 4 de fevereiro.

Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido…

… na empresa que fornece alimentos para o Iapen. Fotos: Reprodução/Ascom/PF

Os indícios apontaram que Kemmer Staut foi uma das responsáveis pela entrada do material na cozinha, no dia 1º de fevereiro, e o manteve ocultado até o dia em que foi descoberta. O detento teria a incumbência de fazer chegar nos pavilhões.

Investigação

Depois dos 11 kg de drogas descobertos, a PF verificou fortes indícios de participação de um policial penal, que no dia dos fatos, saiu do seu posto de trabalho na portaria e se dirigiu para a sala de scanner, onde, deliberadamente, não ligou o sistema de gravação de passagem dos objetos.

A polícia constatou, ainda, que um outro policial não inspecionou o veículo que chegou com o material ilícito na portaria, fazendo “vista grossa”.

Materiais que foram apreendidos no dia 4 de fevereiro e deram origem às investigações

Fraude

A PF identificou, também, indícios de fraude no contrato de prestação de serviço de alimentação dos presos, com a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tendo em vista que houve um ajuste na planilha de valores da alimentação, para a compra de um ar condicionado no valor de R$ 3 mil para uma servidora do Iapen.

Por isso, os indícios apontaram que a responsável pela contabilidade das refeições no IAPEN, acrescentou refeições fictícias até o valor de R$ 3 mil reais (embutindo no preço) para justificar a compra do aparelho.

Com isso, a PF verificou que há indícios de superfaturamento no contrato de prestação alimentícia do Iapen, para pagamento de vantagens indevidas a servidor do sistema penitenciário.

Investigação é da PF e Ministério Público

Outro indício aponta para a prática de fornecimento de alimentação diferenciada para alguns presos, com a falsa justificativa de restrição alimentar (dieta).

Os crimes investigados são de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e prevaricação.

Seles Nafes
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