Semáforos apagados: empresa diz que não recebia há 16 meses da CTMac

Equipamentos novos continuam sem manutenção e inoperantes. Kapsch Brasil cobra dívida de 100 mil euros. Fotos: Rodrigo Índio/SN
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Por RODRIGO ÍNDIO

Representantes da Kapsch TraffiCom Brasil se posicionaram, nesta quarta-feira (16), sobre a afirmação da Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac) de que a empresa teria abandonado a manutenção dos semáforos novos instalados na capital. Há semanas que os aparelhos estão inoperantes. A Kapsch cita uma dívida de 100 mil euros, o equivalente a R$ 564 mil, e a falta de interesse em renovar o contrato.

De acordo com a empresa, a declaração do presidente da CTMac, Andrey Rêgo, foi “falsa” e “infeliz”. Nesta quarta, a empresa enviou cópia do ofício recebido no dia 23 de dezembro de 2021 pelo consórcio formado para atender Macapá, onde a empresa informa que não tem mais interesse na renovação do contrato. O caso virou uma ação judicial de cobrança.

A Kapsch também respondeu a perguntas enviadas pelo Portal SN.  

O que a empresa alega ser sem fundamento por parte da CTMac na primeira reportagem?

Primeiramente, o contrato foi firmado entre a CTMace um Consórcio formado por 2 (duas) empresas, sendo uma delas a Kapsch, portanto, os serviços eram realizados pelos esforços somados por tais empresas. Também é incorreta a afirmação de que a empresa rescindiu o contrato por motivos de “estar saindo do sistema” e que “estamos deixando o Brasil”.

A pessoa que deu as declarações não tem conhecimento sequer sobre a origem da empresa cuja sede mundial está na Áustria, sendo a sede latino-americana no Chile, ou seja, não somos uma empresa Argentina.

Ao contrário de deixar o Brasil, Kapsch continua disputando licitações e ganhando novos contratos, além de se manter há mais de 20 anos no Brasil. Isso sem mencionar os outros segmentos para as concessionárias de rodovias, expandindo cada vez mais os negócios no Brasil, e aumentando o seu efetivo em mão de obra local. Portanto, as alegações dadas pela pessoa mencionada na matéria se mostram sem qualquer fundamento.

Semáforos novos continuam apagados

Sendo assim, qual o posicionamento da Kapsch sobre a saída de Macapá?

A decisão se deu por motivos técnicos-financeiros em que o contrato há muito tempo já não vinha se mostrando atrativo para a Kapsch, como pode ser observado no processo administrativo da pasta de contrato. A CTMac acumula atrasos de pagamento há mais de 16 meses. A dívida já chega a 100.000 mil Euros. A Kapsch teve que recorrer à justiça para tentar conseguir receber.

O atraso constante dos pagamentos, os diversos parcelamentos de dívidas que não foram cumpridos por parte da administração, nos levaram a entender que o contrato não seria prioridade para a administração e também passou a não ser nossa prioridade.

Andrei Rêgo, presidente da CTMac acusou a empresa de abandonar o contrato

Consórcio foi informado que a Kapsch não tinha mais interesse em continuar atendendo a cidade de Macapá

O contrato era de quanto tempo? Por que não foi possível renovar, pela falta de pagamento?

O contrato inicialmente firmado tinha vigência de 12 meses, prorrogáveis por sucessivos períodos até o limite de 60 meses. Ocorre que agora em 15/01/2022 se encerrou um período desses 12 meses, e como mencionado na resposta anterior, o contrato não vinha se mostrando atrativo técnica e financeiramente, portanto, o corpo executivo da Kapsch Brasil decidiu não renová-lo e formalizou junto ao consórcio a intenção de não mais continuar prestando os serviços.

Comunicada sobre a defesa da empresa, a CTMac disse através se sua assessoria de comunicação que mantém seu posicionamento e que o diretor-presidente “está correto na declaração dele quanto à empresa”. A assessoria também não informou quando os semáforos serão religados.

Seles Nafes
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