Por SELES NAFES
Nas últimas semanas, a rotina de trabalho tem começado mais cedo para funcionários da prefeitura de Laranjal do Jari, cidade a 268 km de Macapá, no sul do Amapá. Às 4h da manhã, as equipes começam a ajudar na locomoção dos moradores que trabalham do outro lado do Rio Jari, que chegou a 3,05 metros na madrugada desta quinta-feira (28).
Até agora, das 4.038 famílias afetadas (16 mil pessoas), 50 precisaram ser transferidas para dois abrigos municipais.
“Um terceiro local está sendo preparado para receber mais família porque o rio não parou de subir”, informou a deputada estadual Alliny Serrão, que coordena o atendimento às famílias junto com a Defesa Civil Municipal. Outras 267 famílias foram transferidas pelas equipes para as casas de parentes.
Ao todo, o trabalho envolve 362 servidores municipais, entre guardas municipais, Defesa Civil, assistentes sociais e equipes da Secretaria de Meio Ambiente, que têm recolhido mais de 40 toneladas de lixo e entulhos boiando no Rio Jari, por dia. No início da semana, 37 militares do Exército chegaram em Laranjal do Jari para ajudar.
Além desse trabalho, as equipes se concentram no transporte de trabalhadores, transferência de famílias, distribuição de alimentos e no resgate de pessoas com deficiência ou que sofrem acidentes na difícil rotina dos 10 bairros e 17 comunidades alagadas.
Deputada Alliny Serrão conversa com secretário nacional da Defesa Civil
Laranjal: 10 bairros alagados
40 toneladas por dia
A Avenida Tancredo Neves, que corta toda a sede do município até o Rio Jari, está tomada pelas águas, impedindo o trânsito e forçando o governo do Estado e transferir para outro porto a travessia de veículos feita por balsa.
Na última terça-feira (28), depois de mobilização política do governador Waldez Góes, senadores Lucas Barreto (PSD) e Davi Alcolumbre (DEM) e da deputada federal Aline Gurgel (PRB), o governo federal anunciou a liberação de R$ 4,3 milhões para Laranjal e Vitória do Jari.
Apesar dos transtornos, o nível do Rio Jari ainda não bateu o recorde de 3,84 metros registrados na enchente de 2000. O segundo maior nível ocorreu em 2008: 3,45 metros. O nível normal é de 2,60 metros.