Por OLHO DE BOTO
Um homem procurado e condenado a mais de 27 anos de cadeia pelo latrocínio – roubo e morte – de um taxista foi preso nesta terça-feira (26) por agentes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), da Polícia Civil do Amapá. A prisão ocorreu no Bairro Nova Esperança, na região central de Macapá.
Abraão Erberth Silva de Souza, de 27 anos, é condenado por um dos crimes de grande repercussão das páginas policiais do Amapá: o latrocínio do taxista Raimundo Wilson Barros Brito, que foi assassinado aos 58 anos e teve o corpo escondido em uma floresta a 76 km da capital. O crime ocorreu em julho de 2015.
De acordo com o chefe da Core, delegado Fábio Araújo, o foragido já havia sido preso alguns dias depois do crime e ficou no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) até ser condenado. Ele chegou a cumprir início pena, mas conseguiu fugir logo depois da sentença.
“A equipe da Core estava em treinamento, praticando exercícios de condicionamento físico, quando a Inteligência e Capturas repassou a informação desse condenado, que estava foragido e procurado há bastante tempo. No momento da abordagem, ainda tentou fugir, mas a nossa equipe já havia feito o cerco e ele foi preso alguns metros mais à frente”, contou o delegado.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado, na noite do dia 3 de julho de 2015, um sábado, Abraão e o comparsa, Josiel Alves de Moraes Júnior, que também foi condenado à mesma pena, pararam o taxista Wilson Brito, no Bairro Marabaixo I, na zona oeste, e negociaram com ele uma corrida até o município de Porto Grande, a 100 km de Macapá. Eles ofereceram R$ 250 ao motorista.
Segundo as investigações, a corrida era apenas a isca para roubar o carro da vítima, um Pálio Weekend, de cor branca.
O plano era de Josiel, que pretendia colocar uma placa clonada no veículo e levá-lo ao município de Calçoene, a 370 km de Macapá, onde pretendia negociá-lo, conforme apurou a polícia.
No km-76 da BR-210, a apenas 24 km do destino contratado, Josiel pediu para o taxista parar, pois queria urinar. Foi neste momento que os dois atacaram a vítima, que foi ferida com um golpe de faca no pescoço. Um deles ainda estrangulou o motorista com um cinto, enquanto o outro pegou a chave de rodas do carro e golpeou várias vezes o rosto da vítima, até a morte.
Em seguida, os criminosos arrastaram o corpo por alguns metros para dentro da floresta de Pinho e fugiram com o carro. Segundo o inquérito, Abrão recebeu R$ 1 mil antecipados de Josiel para ajudá-lo com o plano.
Abraão foi o primeiro a ser preso, quadro dias depois, em uma casa no Bairro São Lázaro, zona norte de Macapá. Foi ele quem levou a polícia até o corpo do taxista. Josiel foi preso em Santarém, no Estado do Pará, no dia 16 de julho, quando tentava fugir para o Estado de Mato Grosso, com intenção de cruzar a fronteira para fora do país. Quando ele foi recambiado para Macapá, mostrou à polícia onde havia abandonado o Pálio Weekend, em um ramal no Distrito de Lourenço, em Calçoene.
A morte de Wilson Brito teve grande repercussão porque nos quatro dias até seu corpo ser encontrado, foi grande a movimentação da categoria e a pressão da família nas autoridades para aumentar as buscas pelo motorista desaparecido. Houve comoção social e, à época, até uma aeronave do Estado do Pará veio ao Amapá para ajudar nas buscas.
Abraão foi encaminhado novamente nesta tarde de terça ao Iapen, onde ele se junta novamente ao comparsa Josiel Júnior.