Por ANDRÉ SILVA
Apesar da enchente que, segundo a Defesa Civil, já atinge mais de 6 mil famílias em Laranjal do Jari, no sul do Amapá, moradores não deixaram de se divertir – nem que seja com, pelo menos as pernas debaixo d’água.
Em vídeos que circulam em grupos de redes sociais, é possível ver dezenas de pessoas bebendo ao som de música alta em uma rua completamente alagada. Até um jacaré teria sido capturado em um dos bairros inundados.
A Defesa Civil do município informou que a festa estava ocorrendo neste domingo (24), na Rua da Usina, localizada no Bairro Malvinas, um dos afetados.
Eberson Souza, da DC, informou que essas festas não são planejadas. O que acontece é que as pessoas que vão comprar bebida alcoólica nos estabelecimentos locais acabam colocando som alto e ficando no local. De repente, dezenas de outras pessoas chegam e a festa começa.
“Mas a gente tem tomado algumas atitudes legais para controlar ou coibir isso, levando em consideração que o acesso a esses lugares é difícil e só com voadeira para os órgãos de segurança agirem aí”, disse.
Outra imagem que circula nos grupos de whatsapp é a de um homem segurando um jacaré com a boca amarrada, dando a entender que ele capturou o animal nas imediações do bairro.
A DC também confirmou a veracidade da imagem e informou que a captura ocorreu na Avenida Rio Branco, no Bairro Santarém, outro que também está com as vias alagadas.
Na tarde desta segunda-feira (25), a prefeitura reuniu em caráter de urgência com as Defesas Civis municipal e estadual, Polícia Militar, Guarda Municipal, Justiça, Polícia Civil e Conselho Tutelar, para elaborar uma ação educativa com os proprietários destes estabelecimentos. A intenção é orientar quanto ao comércio de bebida nestes locais.
Caso as recomendações não sejam atendidas, segundo a coordenação da DC, o juiz da cidade pode proibir a comercialização nessas aéreas alagadas, como ocorreu na enchente de 2018.
Nível do Rio
Até as 13h de hoje, a régua que mede a altura da água do Rio Jari marcou 2,98 metros, ou seja, 1,38 m acima do nível normal, que é de 1,60m.
Atualmente o número de famílias atingidas, entre desalojadas e desabrigadas, chega a 6 mil. Os locais mais afetados são 11 bairros, 11 escolas, 17 comunidades e 2 Unidades Básicas de Saúde.