Sucessora da Zamin homenageia mortos em tragédia no Porto de Santana

Empresa anunciou que pretende recuperar estrutura para escoamento de minério de ferro
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

A sucessora da Zamin Ferrous, a DEV, decidiu homenagear os seis mortos na tragédia do porto da Icomi, em Santana, cidade a 17 km de Macapá, e ocorrida há mais de 9 anos. Diretores e parentes das vítimas participaram de um momento de fé, jogaram flores no Rio Amazonas e soltaram balões.

Na madrugada de 28 de março de 2013, o antigo porto da Icomi, construído há mais de 60 anos, desabou matando seis operários que estavam de plantão. O acidente, que ocorreu por conta da fadiga do solo e falta de manutenção, ocorreu dias após a entrada da indiana Zamin, que havia comprado a operação de minério de ferro da Anglo American.

Em 2014, a mineradora causaria uma tragédia social e econômica ao interromper a operação e dar um calote de mais de R$ 300 milhões em empresas terceirizadas e trabalhadores. Em 2019, a Anglo concordou em indenizar em R$ 47 milhões as cidades de Macapá, Santana e Pedra Branca do Amapari pelos danos causados à economia com a paralisação da exploração.

No mesmo ano, o plano de recuperação da DEV, empresa interessada em ocupar o espaço, foi aprovado pela justiça de São Paulo, onde corria o processo de falência da Zamin. A nova mineradora começou a retomar a exploração no ano passado.

Das seis vítimas de 2013, quatro tiveram os corpos recuperados no fundo do Rio Amazonas. Neste domingo (10), os mortos foram homenageados pela diretoria da DEV e parentes dos operários numa cerimônia realizada no exato local onde a tragédia ocorreu.

“Nós temos o propósito de transformar para melhor a vida das pessoas por meio do minério de ferro. E isso inclui os valores do respeito à história e à memória das comunidades onde atuamos”, disse a diretora da DEV Mineração, Raquel Dalseco.

Placa homenageia mortos na tragédia de 2013. Foto: Divulgação

Porto flutuante virou em 2019. Foto: Arquivo SN

A diretora revelou que a empresa estuda meios de recuperar a estrutura do porto. Em fevereiro de 2019, o porto flutuante de R$ 480 milhões, comprado pela Zamin, virou e naufragou no mesmo lugar onde o antigo porto desabou. A estrutura, que nunca foi usada, permanece flutuando parcialmente há quatro anos após.

“Estamos em fase de estudos para recuperar toda a estrutura do porto e fazê-lo funcionar novamente. Antes disso, é preciso compreender tudo que essas famílias sofreram e enfrentaram nesses momentos difíceis, mas, seguem firmes e vão vencendo cada etapa da vida. Por isso, essa homenagem tem um significado muito especial”, completou Dalseco.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!