1 ano após virar bairro, ocupação do Parque Aeroportuário segue sem atenção

Famílias entraram na área em 2019. O número de pessoas no local já passa de 5 mil, de acordo com associação.
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Por ANDRÉ SILVA

Ocupantes do Bairro Parque Aeroportuário, na zona norte de Macapá, seguem sem nenhuma atenção do poder público. Apesar de terem ganhado na Justiça o direito de permanecer no local, eles vivem sem nenhuma infraestrutura.

Atualmente, a aérea está sendo ocupada por 1.150 famílias, 5 mil pessoas, aproximadamente. A área,1 que tem cerca de 2.200 metros de extensão, está localizada entre a pista da Rodovia Norte Sul e o Bairro Infraero II.

No local é possível ver casas em alvenaria, entre as centenas de barracos de madeira. Para não ficarem na escuridão, os próprios moradores fizeram postes de madeira para receberem cabo de energia e posteriormente serem distribuídos para as casas.

Entretanto, as ruas não tem, pavimentação ou estrutura de saneamento e fornecimento de água tratada.

Em dezembro de 2020, a prefeitura oficializou, por meio de lei, a criação de 36 novos bairros na cidade de Macapá.

Bairro fica situado…

… entre a pista da Rodovia Norte Sul e o Bairro Infraero II

No local é possível ver casas em alvenaria…

… entre as centenas de barracos de madeira

O projeto contemplou a existência do Parque Aeroportuário. O local já passou por várias ocupações. A penúltima ocorreu em 2014, mas dois anos depois, em 2016, foi reintegrado à União. Em meados de 2019, a área voltou a ser invadida.

Em 2020, no entanto, durante o período mais crítico da pandemia de covid-19 no Amapá, a Justiça Federal determinou a retirada dos invasores. Mas, em outubro de 2021, uma decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspenção da reintegração, o que deu mais tempo para as famílias que ocupam o lugar, e que não tem para onde ir, resistirem.

Não há serviços de saneamento

Local não tem nenhuma via asfaltada

Sem moradia

A maior parte das pessoas passou a ocupar o lugar no auge da pandemia. Muitos haviam perdido o emprego e se viram em uma condição difícil, que os impossibilitava de continuar pagando aluguel, energia elétrica e água.

Entre eles, havia alguns que moravam de favor na casa de parentes também, como a família do promotor de vendas Wagno dos Santos, de 30 anos. Ele, a esposa e filha moravam na casa da sogra, localizada em uma área de ressaca no Bairro Pacoval.

Wagno dos Santos: “Hoje eu louvo a Deus porque temos nosso lar, nossa casinha”

“Quando chove lá, fica só um rio. As pessoas têm que sair de suas casas, é uma loucura. Hoje eu louvo a Deus porque temos nosso lar, nossa casinha. Ter a satisfação de acordar pela manhã e pisar na terra firme é uma satisfação imensa. Sem falar que a gente não precisa pagar aluguel”, disse o promotor de vendas.

O presidente da Associação de Moradores do Bairro Aeroportuário, Natanael dos Anjos, disse que em nenhum momento, como determinava o pedido de reintegração de posse da Justiça Federal, algum órgão público apareceu no local para fazer o levantamento de famílias que moram lá.

Presidente da Associação de Moradores do Bairro Aeroportuário, Natanael dos Anjos, disse que…

… em nenhum momento, como determinava o pedido de reintegração de posse da Justiça Federal, algum órgão público apareceu no local para fazer o levantamento de famílias que moram lá

“Aqui tem 1.150 famílias morando. O que a gente pede é que eles não mexam com essas famílias. Que eles venham e façam o levantamento de quem está aqui dentro e se identificarem que tem gente que não precisa, que eles sejam retirados e que as que precisam fiquem”, reivindicou o presidente.

Natanael garantiu que as famílias vão resistir, caso sejam obrigadas a deixar o local, porque segundo ele, o único destino da maioria delas é a rua.

Seles Nafes
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