Por ANDRÉ SILVA
Completou um ano do drama envolvendo o desaparecimento de dois adolescentes na floresta amazônica do município de Calçoene, a 370 quilômetros de Macapá.
No dia 8 de abril de 2021, Renato Siqueira, de 13 anos, e Fabrício Oliveira, de 14 anos, saíram para apanhar açaí e não foram mais vistos.
Pouco mais de um ano depois, familiares acreditam que meninos ainda estejam vivos.
“Hoje, pra mim, é difícil falar sobre isso. Eu perdi a fé naqueles que podiam me ajudar aqui na Terra, mas não perdi em Deus. Acredito que um dia vou ver meu filho de novo e vivo”, afirmou com convicção dona Edneia Siqueira de Jesus, mãe de Renato Siqueira, de 13 anos, seu único filho.
Ela não aguentou falar muito tempo com a reportagem, ficou muito comovida. As lembranças do filho ainda são muito fortes. Por isso, o restante da conversa foi com a irmã dela, Eliete Siqueira.
Assim como a irmã, ela acredita que o sobrinho e o colega ainda estejam vivos e lamentou que as buscas tenham parado.
Eliete disse que os gastos para manter os mateiros, que voluntariamente ajudaram as equipes de bombeiros por muitos dias na procurados meninos, é muito alta e não dá pra manter.
“Nossa família nunca esquece. Vamos continuar lutando para ter alguma resposta. Precisamos de respostas. Às vezes, a gente toca nesse assunto para ele não cair no esquecimento como muitos casos. Enquanto não tivermos respostas sobre esse desaparecimento, a gente não vai parar”, sustentou a tia.
Desde aquele 8 de abril, apenas uma cadela que acompanhava os garotos no dia foi encontrada.
Para reafirmar a luta da família por respostas, parentes e amigos programaram uma caminhada pelas ruas da cidade, mas o evento não aconteceu, por conta do mal tempo na região. Eles gravaram um vídeo para o dia, assista.
Os bombeiros chegaram a anunciar, por três vezes, o fim das buscas pelos garotos, a última ocorreu em junho do ano passado. Foram dois meses de trabalho árduo, com apoio de helicóptero, mateiros profissionais, amigos e familiares.
Algumas supostas pistas foram encontradas: rastros, galhos quebrados, pegadas, mas nada que levasse aos meninos.