Após 8 meses preso, organizador de viagem fatal responderá em liberdade

Juíza federal do TRF1 entendeu que havia excesso de prazo na prisão de José Sardo (sendo preso na foto) sem que o processo tenha sido concluído
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Por SELES NAFES

A justiça decidiu que poderá responder em liberdade o homem acusado de organizar a viagem clandestina para a Guiana Francesa que terminou em naufrágio e tragédia, em agosto do ano passado. De acordo com o processo, a embarcação superlotada naufragou em águas francesas.

Oficialmente, três pessoas morreram e 11 estão desaparecidas. No dia 10 de setembro, a PF e o Bope prenderam José Cláudio Leão Sardo, acusado pelos sobreviventes organizar a viagem pela qual teria recebido R$ 25 mil. Além disso, ele estaria pilotando a embarcação.

Por quatro vezes, a justiça de Oiapoque negou liberdade provisória para ele. A defesa de Sardo, representada pelo advogado Cícero Bordalo Júnior, ajuizou recurso no TRF1 que foi aceito ontem (11) pela juíza federal Maria Carolina Valente do Carmo.

Ao revogar a prisão preventiva, a magistrada disse entender que o réu poderá responder ao processo em liberdade, desde que cumpra medidas cautelares, como comparecimento mensal ao fórum de Oiapoque, manter atualizado o endereço e permanecer proibido de atuar no transporte de passageiros.

Cícero Bordalo Júnior faz a defesa do acusado. Foto: Marco Antonio P. Costa/SN

O MPF opinou pela manutenção da prisão, mas a magistrada reconheceu que o réu e a defesa não colaboraram para o excesso de prazo na prisão preventiva, que já durava oito meses. O processo ainda não foi completamente instruído para o julgamento, apesar da apresentação tempestiva dos argumentos da defesa.

Em março deste ano, o programa Repórter Record ouviu uma das sobreviventes da tragédia e narrou os últimos momentos dos brasileiros que desapareceram para sempre nas águas do Oceano Atlântico.

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