JÚLIO MIRAGAIA
A verdade é que professor Leonardo Medeiros era uma forma como a minoria das pessoas o chamavam. Se perguntassem pelo Leo, era certo que muita, mas muita gente mesmo o conhecia.
O filho da dona Raimunda Helena de Medeiros, morador a maior parte da vida da região do Formigueiro, no Centro de Macapá, era de muitos amigos em diferentes círculos sociais e em diferentes tempos.
Quem frequentou a Biblioteca Pública Elcy Lacerda certamente já o encontrou por lá. Pela Escola Graziela Reis, Ueap e Seama também. Nas praças e bares de Macapá e onde havia cultura, política e gente em movimento, o Leo ali estava.
De uma inteligência ímpar, das boas leituras, dos bons filmes e discos, meu amigo era com quem tinha os melhores papos e conversas ‘jogadas fora’, principalmente nas tardes despretensiosas de sábado, com uma cervejinha.
O Leo enfrentou grandes desafios em sua vida pessoal, dificuldades que muitas vezes o jogaram para baixo, mas que foram vencidas, a exemplo de sua aprovação e convocação no concurso da educação do município de Macapá, em 2019.
Infelizmente, nosso amigo nos deixou não sem se despedir, mas avisando há tempos que lutava contra a depressão.
Leo era fã da Legião Urbana, e tristemente partiu sendo uma daquelas pessoas cantadas por Renato Russo em Love in the Afternoon:
“… é tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você e de tanta gente
Que se foi cedo demais”
Despediu-se de amigos e inimigos em uma última postagem nas redes sociais na terça-feira (10), da forma como sempre foi: autêntico e honesto com os próprios sentimentos.
Amanhã, 14 de maio, será seu aniversário. Será, porque a morte física de forma alguma anulará a existência e o amor de todos os que estiveram com ele. O seu melhor permanece com esses não como quem partiu, mas como quem permanece.
Até um dia, amigo!