Por SELES NAFES
A ex-governadora Dalva Figueiredo não ocupa cargo na direção local ou nacional do PT, mas é um dos rostos mais conhecidos do partido e uma das vozes de peso na legenda, um legado construído por ela ao longo dos mandatos de vice-governadora, governadora e de deputada federal. Ao defender a aliança com a Rede e o PSB, Dalva revelou que a direção nacional tem pedido cautela aos diretórios estaduais, mas também lembrou do histórico de interferências nacionais nas eleições do Amapá.
Na manhã desta quarta-feira (25), o Portal SN revelou que o presidente estadual do PT, Antônio Nogueira, pediu à direção nacional o adiamento para depois do dia 30 de maio do encontro estadual que discutirá o apoio à Lucas Abraão (Rede) ou a Clécio Luís (Solidariedade).
Com tráfego na direção nacional do PT (em Brasília) e no diretório local, Dalva lembrou que a meta do PT é se reorganizar por meio de palanques estaduais, mas deixou claro que existe uma pressão muito forte por conta da aliança nacional em torno de Lula.
“O PT nacional está tratando com muita cautela. O PT local vai ser ouvido, claro, mas existe uma recomendação de ter bom-senso para aguardar as acomodações. O que é importante hoje para a candidatura do presidente Lula é ter apoio do Congresso Nacional, atraindo votos daqueles que estão decepcionados e que podem mudar de voto”, comentou.
Dalva, que voltou hoje de Brasília, também lembrou que o PT nacional fez interferências nas alianças do Amapá, desde as eleições de 2002, quando houve um rompimento com o PSB.
“Estive ontem na liderança do PT, e o meu sentimento é que o diretório nacional pediu cautela ao diretório local. Não existe decisão (local), mas precisamos avaliar os indicativos. É importante também a candidatura do PSB ao Senado. É a chance de ter um aliado no Senado”, acrescentou, referindo-se ao pré-candidato do PSB ao Senado, João Capiberibe.
Clécio, candidato mais forte ao apoio dos petistas locais, vai apoiar a reeleição de Davi Alcolumbre (UB). Randolfe Rodrigues, senador pela Rede, é um dos coordenadores nacionais da campanha de Lula.
Aos 61 anos, Dalva é pré-candidata à deputada federal. O último cargo público que ocupou foi de secretária de Educação, justamente no primeiro mandato da gestão Clécio.