Por RODRIGO ÍNDIO
Marcus Boaz Serrão de Souza, 10 anos, nasceu sem nenhuma deficiência. Até os 4 anos ele corria, andava de bicicleta e jogava futebol. De repente, teve paraplegia súbita após um “choque” no pé que irradiou-se até a altura do umbigo. Depois disso, perdeu a sensibilidade e a coordenação motora de cintura pra baixo.
“Até hoje não tem um diagnóstico fechado dele do que causou isso. Foi lesão medular de causa desconhecida. Foi inesperado, mas pra mim ele ainda é perfeito. Em momento nenhum ele se abalou ou ficou deprimido”, lembra a mãe de Marcus, a funcionária pública Lourdes Serrão, de 41 anos.
Ela chegou a ouvir do médico que ele tinha um câncer intramedular e que nunca iria voltar a andar. Apesar disso, foi tudo diferente. Hoje o garoto senta, e com uma órtese (equipamento que ajuda a estabilizar a coluna) ele fica em pé, caminha e vai mais além: joga futebol, faz natação, ama correr na cadeira e dança.
Ele sonha em disputar torneios esportivos fora do amapá e conhecer Fernando Fernandes – apresentador, atleta paralímpico brasileiro e desbravador dos esportes adaptados.
“É meu orgulho, toda nossa família lhe apoia em tudo o que sonha e seguiremos assim, porque ele um milagre divino”, resume a mãe.
Marcos é aluno da Escola Josafá Aires da Costa e foi uma das crianças selecionadas para participar da 1ª edição dos Jogos Paradesportivos Escolares, que aconteceu nesta terça-feira (31) na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), na zona oeste da capital.
“Vou dar meu máximo para me superar e quem sabe viajar para representar o Amapá”, falou o garoto que participou de diversas modalidades.
O campeonato foi organizado para promover a inclusão social e incentivar a prática esportiva de alunos com deficiência física, visual ou intelectual da rede municipal de ensino.
Inclusão
Segundo o coordenador municipal de Esporte e Lazer, Marlon Ferreira, durante toda a competição, os paratletas são auxiliados por monitores para garantir a execução das atividades de forma segura. Uma avaliação selecionará futuros paratletas que defenderão a bandeira do Amapá.
“Queremos incluir essas crianças com deficiência, mostrando que todos nós somos capazes de sermos vitoriosos independentemente da limitação”, pontuou
Marlon Ferreira.
Ao todo, 169 crianças de Macapá estão participando deste, que é o primeiro evento de paradesporto escolar do município nas modalidades vôlei sentado, natação adaptada, bosha paralímpica, atletismo. Houve ainda atividades lúdicas.
Os melhores colocados serão selecionados para a etapa nacional da competição, no mês de agosto, em Brasília (DF).