No Amapá, agricultores são chamados para investir em cacau

Produtores com deputado Jesus Pontes: Governo do Estado lançou chamada pública nesta segunda-feira (30) para conceder incentivos
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Por RODRIGO ÍNDIO

Dalvanira Silva de Queiroz, de 63 anos, cultiva laranja, tangerina, açaí, abacaxi e outras frutas no Ramal do Piaçacá, na colônia agrícola do Matapi, em Porto Grande, município a 105 km de Macapá. Este ano, ela, os 5 filhos e o marido, iniciaram a plantação inédita de 2,2 mil pés de cacau, com o apoio do governo do Amapá.

Na manhã desta segunda-feira (23), a agricultora participou do lançamento de uma chamada pública do Programa Amapá Cacau, safra 22/23. O objetivo é selecionar e habilitar associações e cooperativas de produtores rurais de nove municípios e fortalecer a agricultura familiar com mais um arranjo produtivo.

“É um momento de esperança porque o resultado de quem planta cacau é sempre bom, conheço de Altamira (PA). Com esse apoio, o povo acreditando e plantando, vai ser um desenvolvimento muito grande pra gente. Por isso vim representar os cerca de 120 produtores da minha região e vou dividir com eles essa experiência para que todos ganhem”, disse, confiante.

Ranicley Jardim, 25 anos, líder de 80 produtores rurais da comunidade do Carvão, em Mazagão, diz que para eles trabalhar com cacau será algo novo, já que o forte na região é a plantação de mandioca e o extrativismo. Ele também vê na iniciativa a fortalecimento e desenvolvimento dos produtores.

“Vejo no cacau uma oportunidade para o desenvolvimento do agricultor trazendo renda para dentro da comunidade e pra ele. A gente tá com bastante esperança nesse programa, ainda não pegamos nenhuma muda, por isso viemos participar dessa chamada pública para ter conhecimento. Logo teremos nossa plantação grande e bonita”, esperançou-se.

Além da tangerina e outras frutas, Dalvanira vai plantar cacau. Fotos Rodrigo Índio/SN

Ranicley representa 80 produtores de Mazagão: esperança de desenvolvimento com o cacau

Amapá Cacau

O programa vai beneficiar 14 associações e 420 famílias de Porto Grande, Pedra Branca, Serra do navio, Ferreira Gomes, Mazagão, Tartarugalzinho, Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Calçoene. As localidades foram definidas após estudo, e somarão uma área de plantio de cerca de 500 hectares.

A associações e cooperativas receberão:

– 36 mil sementes de cacau (por entidade). E cada família terá direito de receber 1,2 mil mudas. Ao todo são 500 mil sementes provenientes do Pará;

– Materiais para a construção de viveiros rústicos;

– Terra preparada para o plantio das sementes e demais insumos;

– Apoio técnico durante todo o processo até a colheita.

Amapá Cacau foi lançado no Palácio do Setentrião…

…e atraiu a atenção de agricultores

“Vamos reflorestar áreas degradadas, por exemplo, de roça de fogo ou abandonadas. A cultura ela tem alto valor agregado ao mercado internacional, então vai gerar muita renda para quem produzir e pode inserir uma segunda cultura, como por exemplo, o açaí nas entrelinhas do cacau onde você vai dobrar a produtividade por área aumentando emprego e renda pra quem produz”, comentou o deputado estadual Jesus Pontes (PDT), precursor do programa.

O governo do Amapá já introduziu nesse projeto 100 mil mudas de cacau atendendo 100 produtores, e o edital 2022/2023 prevê meio milhão de mudas e atender 500 agricultores.

“Isso requer um investimento de R$ 22 milhões. E seguimos 2023/2024 porque a gente vai colocar em planejamento, até alcançar a implantação de 1 milhão de mudas atendendo portanto mil agricultores no sistema de agrafloresta trabalhando nas mais distintas regiões do estado do Amapá”, destacou o governador Waldez Góes.

Seles Nafes
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