Por conversar no WhatsApp, pai deixa filha 5h debaixo do chuveiro e 1h de joelhos no quintal

Caso foi investigado pela Dercca. A vítima residia com a mãe em Oiapoque e veio este ano morar com o pai em Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Um homem de 37 anos foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá por torturar a filha de 14 anos por três dia seguidos.

O caso, denunciado pela mãe da garota, teria ocorrido nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro de 2022, na casa do indiciado, localizada no Bairro Ipê, na zona norte de Macapá. Os pais são separados. O nome do acusado não foi divulgado pela polícia.

De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente no Amapá (Dercca), a menina residia em Oiapoque e veio morar com o pai este ano na capital para ter melhor condições de estudo.

Segundo a investigação, no primeiro dia de tortura, o pai flagrou a filha conversando com um amigo de 15 anos no WhatsApp. Indignado, o genitor colocou a menina debaixo do chuveiro por 5h e, depois, por 1h de joelhos no quintal da casa.

“No dia seguinte, ele aplicou uma surra de cinto na menina porque ela estaria ouvindo música e tinha que ter um objetivo de vida”, relatou o delegado Ronaldo Entringe, titular da Dercca.

Não aguentando mais a tortura, no 3° dia a adolescente informou que queria voltar a morar com a mãe na fronteira. Revoltado com o comentário, seu pai a agrediu novamente, mas desta vez com puxões de cabelo, socos e chutes, segundo informou o delegado.

Delegado Ronaldo Entringe investigou o caso. Fotos: Rodrigo Índio/SN

A menina conseguiu informar a mãe, que denunciou o caso à Dercca. Exames comprovaram as agressões. O homem não compareceu à delegacia após ser intimado.

“Com base nessas informações eu entendi que ele praticou tortura física e psicológica. Nós temos Artigo 129, parágrafo 9º, do Código Penal, para evitar que qualquer tipo de lesão corporal ou psicológica possa ser usada como forma de coerção e disciplina e, nesse caso, percebe-se que ele se utilizou de intenso sofrimento à sua filha, sua conduta molda-se perfeitamente no crime de tortura”.

O caso foi remetido à Justiça. Se condenado, o pai pode pegar de 2 a 8 anos.

Seles Nafes
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