Prédio pode cair a qualquer momento, alertam Bombeiros

Loja de acessórios automotivos incendiada fica no Centro de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá informou que o prédio da loja Portela Acessórios, onde os militares combatem o incêndio há mais de 30 horas, está condenado e pode cair completamente a qualquer momento.

Por conta do risco, a corporação até descartou a estratégia inicial de demolir a estrutura, localizada no Bairro Santa Rita, área central da capital.

A Zeladoria de Macapá disponibilizou, na noite de ontem (3), uma máquina retroescavadeira em cima de uma plataforma para demolir o prédio. No entanto, após buscar orientação do seu departamento de engenharia, o CBM voltou atrás.

“A proposta era acelerar o colapso da estrutura de forma segura. Por ela [máquina] ter um braço bastante longo, poderia fazer na parte externa, ou seja, na lateral, que também é um terreno do dono da edificação. A ideia seria essa, mas como a gente chegou agora de madrugada, foi possível avançar na questão desse combate e acabar com a questão dos focos, a gente está descartando essa possibilidade”, disse o comandante do CBM, coronel Wagner.

Ele confirmou que o prédio pode desabar a qualquer momento, por isto uma demolição seria muito perigosa.

30 horas depois, ainda há muita…

… fumaça no perímetro. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Comandante Wagner: “O prédio está condenado. O material da loja e do depósito totalmente consumido”

“O prédio está condenado. O material da loja e do depósito totalmente consumido. Duas residências na Santos Dumont, nós avaliamos junto com nosso engenheiro, elas fazem fundo com a parede lateral da edificação que tá incendiada, e estão comprometidas. Os moradores foram retirados. Somente depois que tiver segurança que eles poderão voltar”, acrescentou.

A intervenção dos bombeiros é feita da parte externa, de onde os jatos de água são lançados. Isto porque o iminente risco de desabamento impede uma ação direta no interior do imóvel.

O perímetro da padre Júlio com Santos Dumont e Hildemar Maia segue fechado por questão de segurança.

Retroescavadeira não será mais usada na demolição

Polícia controla o trânsito nas redondezas

Combate ao incêndio

Segundo o comandante do CBM, o combate está demorado por ser uma intervenção complexa já que o incêndio iniciou no subsolo e os militares não conseguiram entrar para ter uma efetividade no foco.

O acesso só seria possível por uma escada e um “vão”, que são extremamente estreitos e a única passagem ao depósito de mercadorias. Foi lá que o material combustível agravou as chamas. Entre os produtos estão borrachas de vedação, tapetes, estofados, baterias, aerossóis, dentre outros inflamáveis.

Visibilidade ainda é pouca

A parte de cima da estrutura começou a cair ontem, no fim da manhã, com várias explosões ao mesmo tempo.

“Hoje, graças a Deus, a característica da fumaça que tá saindo é da cor branca. Isso quer dizer que tem já vapor d’água saindo já junto com as fuligens e não vemos mais a fumaça preta”, explicou Wagner.

Evacuação

Um prédio particular com cerca de 20 núcleos da mesma família em apartamentos na parte de trás do local do sinistro também evacuado pelo risco do prédio incendiado desabar.

“A gente já falou pro proprietário. Ele tem que contratar um profissional para auxiliar ele como fazer o recomeço de tudo. Disse pra ele: se nós não estamos entrando no prédio para fazer combate, você também não pode, você perdeu tudo, infelizmente. Vai ter que ter, imagino, demolição, de fora pra dentro”, falou o coronel.

Tomado pela fumaça, prédio foi evacuado. Foto: André Silva

Ainda será avaliado se as famílias do entorno poderão voltar de imediato para casa após a demolição ou não. Mas, isto não deve ocorrer hoje.

O combate segue até cessar a possibilidade de retorno das chamas e fuligens pretas. O CBM informou que 80 militares de cinco Grupamentos do CBM se revezam na ação.

Caminhão auto-escada

Após muitos questionamentos nas redes sociais sobre o caminhão da marca Magirus, que tem autorização para transformar e montar uma auto-escada mecânica, o comandante do CBM também se posicionou sobre o assunto.

Ele informou que se trata de uma viatura especial, utilizada para fazer combate e salvamento em vertical, como em prédios de vários andares, por exemplo.

Bombeiros de 5 grupamentos estão há mais de um dia se revezando na ocorrência

“A característica dessa edificação aqui é subsolo. Então a auto-escada aqui não ia servir de nada. O que a gente precisava e tem aqui é carro de combate e carro-pipa de apoio com água. O caminhão magirus tá devidamente contratado, a empresa tem um prazo para entregar até o fim do ano e se não entregar, é punida. Mas esse equipamento não era útil nesta ocorrência”.

Seles Nafes
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