Por ANDRÉ SILVA
Uma embalagem descartável e aparentemente sem utilidade foi o passo inicial para a Polícia Civil do Amapá chegar até um dos envolvidos num furto de mercadorias avaliadas em R$ 6 mil, levadas de uma loja de celulares e acessórios. Além de capturar um dos suspeitos, a polícia recuperou quase toda a carga furtada.
O crime ocorreu na madrugada de terça-feira (3). Mas não foi apenas a pista deixada para trás pelos ladrões que surpreendeu no caso.
O acesso à loja também chamou a atenção dos investigadores: os infratores chegaram à loja de canoa. Isto porque o estabelecimento fica localizado na parte da cidade que está alagada, devido à enchente do Rio Jari.
Segundo a Polícia Civil de Vitoria do Jari, os suspeitos, um adulto e um adolescente, encostaram a embarcação atrás da loja e fizeram um buraco na parede de madeira, cortando e removendo o pedaço de uma das tábuas. Foi por lá que entraram.
Após alguns minutos, eles encheram a canoa com capas de celular, aparelhos telefônicos, fones de ouvido, caixinhas de sons e outros acessórios.
Acontece que para levar os produtos, os dois ladrões levaram sacos de lixo, da cor preta, que compraram horas antes em um comércio da cidade. Assim, encheram os sacos com a mercadoria roubada, mas na pressa, deixaram na cena do crime as embalagens onde os sacos de lixo estavam acondicionados.
Na manhã seguinte, no momento em que a polícia periciava a loja, os investigares encontram as embalagens e nela havia a etiqueta de preço com o nome do comércio onde os criminosos haviam comprado.
“A nossa equipe se diligenciou ao comércio que vende essas sacolas e, aí, obteve a informação que a pessoa havia comprado essa sacola à noite (mesma noite do crime). Baseado nessa informação do comércio – da pessoa que havia comprado essas sacolas – a gente conseguiu identificar um dos suspeitos e fomos atrás dele”, relatou o delegado Erivelton Clemente, da Delegacia de Vitória do Jari.
A polícia, então, chegou até a casa onde morava um adolescente. Ele confessou o crime e levou os policiais até o local onde havia escondido os objetos, uma região de lago próximo à fábrica Jari Celulose.
Um dos receptadores também foi preso. Quando percebeu a chegada da polícia em sua residência, tentou se livrar dos objetos jogando-os na água. Um dos policiais, o escrivão Rodrigo Kleinlein, pulou no rio para recuperar os produtos.
Em seguida, o adulto acusado de participar do furto também foi localizado e preso. O adolescente já é conhecido no meio policial por ter envolvimento em outras atos infracionais análogos a crimes como estupro, lesão corporal, furto, violação de domicílio e dano. Todos foram indiciados em encaminhados à Justiça. A identidade deles não foi divulgada pelas autoridades.