Por RODRIGO ÍNDIO
Marco histórico e turístico de Macapá, o Trapiche Eliezer Levy, na orla do Rio Amazonas, sempre atrai olhares curiosos de turistas à distância. Quem está conhecendo a cidade pela primeira vez, logo é informado que o lugar está fechado há anos, e que é impossível visitá-lo. Mas não é só isso. Completamente abandonado, o ex-ponto turístico serve de moradia a usuários de drogas num dos endereços mais privilegiados da capital do Amapá, e sucumbe mesmo após várias promessas de revitalização do poder público.
Depois de uma batalha judicial entre permissionários e o Estado, o local foi fechado para reforma em 2015, voltou a ser aberto em 2018, porém, foi interditado novamente. Em julho de 2021, o governo do Amapá passou a responsabilidade do local para a prefeitura de Macapá por meio de um termo de concessão para uso do espaço por 20 anos.
Na época, o município anunciou um projeto arquitetônico com 4 pontos de observação inspirados nos baluartes da Fortaleza de São José de Macapá, num processo de revitalização e ampliação.
O planejamento da PMM era de iniciar a obra ainda ano passado, mas, até hoje, não se vê um trabalhador sequer no local. Pelo contrário. O local está mais destruído e abandonado do que nunca.
Não há sequer um vigilante fazendo a segurança do patrimônio público. Logo na entrada, há correntes arrebentadas e o portão danificado. Qualquer pessoa pode entrar. O bondinho está desativado por falta de manutenção e seus trilhos cobertos por mato e lixo.
O espaço onde ficava uma sorveteria está sem utilidade e foi saqueado. Parte da fiação elétrica foi levada. Já no ambiente onde funcionava o restaurante, no fim do trapiche, vidraças e telhas estão quebradas, parte do forro desabou, banheiros e portas foram depredados.
Durante o registro das imagens, usuários de drogas que moram debaixo do Trapiche tentaram intimidar a reportagem.
“É isso que eles fazem. Dizem que aí é deles. De noite roubam que só aí, mas ninguém faz nada. Eles não mexendo comigo e meus clientes aqui tá bom. Mas isso era pra voltar a funcionar”, falou um dono de restaurante.
A prefeitura foi procurada, mas até esta publicação ainda não se manifestou.