Comissão silencia sobre eleição ‘relâmpago’ na Unifap

Campanha terá uma semana de duração, tempo insuficiente para discutir pautas importantes da Universidade, considera um dos candidatos
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Por ANDRÉ SILVA

O processo eleitoral para a escolha do novo reitor da Universidade Federal do Amapá (Unifap) tem gerado polêmica e insatisfação entre as chapas concorrentes. A campanha estará liberada a partir do dia 5 de julho, e vai até o dia 12. Dia 13 ocorre a eleição.

A principal reclamação de uma das chapas é o pouco tempo para a campanha.

“Nas eleições anteriores, nós tínhamos sempre pelos menos três semanas de campanha. Nessa eleição atual a comissão decidiu, sem consultar a Conselho Universitário [Consu], estabelecer só uma semana de campanha eleitoral”, reclamou o professor Emerson Augusto Martins, do Colegiado de Medicina.

Para ele, o tempo ideal para a campanha seria de três semanas.

“Eu sei que é difícil considerar uma campanha razoável, em que você consiga discutir as questões da Universidade num período de campanha tão curto. Mal dá tempo de fazer um debate”, considerou o professor.

A comissão de consulta prévia, equipe responsável por dar andamento ao pleito, foi formada no dia 3 de junho de 2022. Ela é composta por quatro membros do Consu, representante do Diretório Central dos Estudantes, sindicato dos técnicos administrativos e dos docentes.

Professor Emerson Martins: “Tudo leva a crer que eles estão querendo fazer de um jeito todo atropelado para que não haja campanha”

A data de formação desta comissão também é questionada pelo candidato. Ele explica que a comissão eleitoral deveria ter sido criada ainda em abril pela reitoria. Relatou que o pedido foi feito em fevereiro por ele, durante uma reunião do Consu, do qual faz parte.

Para o professor está ocorrendo uma manobra por parte da reitoria para abreviar o tempo da campanha, tornando, assim, o ambiente inviável para a discussão das pautas da Universidade.

“Tudo leva a crer que eles estão querendo fazer de um jeito todo atropelado para que não haja campanha, para que o processo não tenha toda discussão acadêmica que deve ter, por conta do desgaste que eles têm”, sugeriu o professor.

O pedido para que o prazo para a campanha fosse estendido foi protocolado pelo pré-candidato junto à comissão, mas ainda não foi respondido.

A reportagem entrou em contato com a presidente da Comissão Eleitoral, mas ela se recusou a falar sobre o assunto.

A eleição vai escolher entre os candidatos, três nomes que serão enviados ao Ministério da Educação, que os submeterá a decisão do presidente da República.

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