Motorista de aplicativo ganha R$ 500 num dia com greve de ônibus: ‘vou trabalhando’

Greve de duas grandes empresas entrou no terceiro dia sem acordo
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Por RODRIGO ÍNDIO

A greve de rodoviários de duas empresas de ônibus na capital amapaense, já dura três dias, e até o momento, mesmo após duas reuniões entre patrões e empregados, não há previsão de normalização. Enquanto isso, motoristas de transporte alternativo tem aproveitado a situação para faturar.

Luiz Ferreira Feitosa, de 49 anos, é morador do conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá. Segundo ele, o habitacional com mais de 30 mil moradores está com apenas 2 ônibus fazendo a linha para o Centro. Como os coletivos demoram horas para fazer o trajeto de ida e volta, ele intensificou o serviço.

“Normalmente faço R$ 150 no dia e paro de rodar. Nesses 2 dias de greve ganhei a mais, ontem por exemplo, fiz R$ 500 locomovendo pessoas para a escola e trabalho. Apesar, de tudo, sinto pelos que só têm como ir de ônibus mesmo, pois ganham vale. Enquanto isso, vou trabalhando”, falou o senhor que também faz corridas por aplicativo.

Apenas 30% da frota das duas empresas está em circulação

Nem todos podem pegar um carro de aplicativo

Motorista Luiz: de R$ 150 para R$ 500

Inspirado em seu Luiz, outro motorista passou rápido na parada de ônibus, parou e falou, ao ser perguntado sobre o movimento, “estou faturando” e seguiu viagem com os passageiros.

Uma passageira que preferiu não se identificar disse que optou esses dias pelo transporte alternativo porque o filho autista, de 6 anos, sente muito calor ao esperar horas na parada.

“Ele fica inquieto, grita. O jeito é ir de pirata já que não tem ônibus pra nós. Tomara que resolvam logo porque pra onde eu saio preciso levar ele”, comentou.

O grupo de rodoviários das empresas Amazontur e Capital Morena está de braços cruzados em frente a garagem e cobra o pagamento em dia dos salários, cumprimento do acordo coletivo feito entre trabalhadores e as empresas, depósitos do INSS e do FGTS dos funcionários.

“Nossa reivindicação nesse momento é receber os salários que estão atrasados! Reiteramos que essa tem sido uma prática recorrente das empresas de ônibus em Macapá e queremos dar um basta a esse desrespeito e que coloca em risco o sustento de nossas famílias”, diz a nota dos rodoviários.

Seles Nafes
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