Atualizada às 14h25
Por OLHO DE BOTO
Forças de segurança do estado e Polícia Federal fizeram uma grande operação contra um grupo criminoso que mantém uma rede tráfico de drogas sintéticas e lavagem de dinheiro no Amapá.
A ação policial, denominada Operação Desativado, ainda está em andamento e iniciou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22).
Mais de 50 policiais federais, militares e civis cumpriram a 16 mandados de busca e apreensão em residências de investigados nos Bairros Novo Buritizal, Universidade, Julião Ramos, Infraero I, Pantanal e Pacoval.
A sede de uma empresa de produtos veterinários também foi alvo da operação. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
Troca de tiros
Houve também o cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva. Em um desses, no Infraero I, houve troca de tiros e um policial militar da reserva, que não é alvo das investigações, foi atingido. O militar foi socorrido ao Hospital de Emergência do Centro de Macapá.
A polícia não deu mais detalhes sobre as circunstâncias da troca de tiros. Entretanto, uma fonte do Portal SN afirmou que o mandado seria cumprido na casa do policial da reserva contra um parente dele.
O militar teria imaginado que a casa estava sendo invadida por bandidos e abriu fogo. Policiais que estavam no cumprimento da ordem judicial revidaram e atingiram o militar da reserva. O tiro teria acertado a cabeça.
Investigação
O resultado completo da ação policial será divulgado em uma coletiva de imprensa às 10h, mas a coordenação da operação adiantou que sete veículos, entre carros e motocicletas, avaliados em cerca de R$ 650 mil, foram apreendidos e a Justiça determinou o bloqueio de bens e contas bancárias de investigados.
Os crimes apurados até o momento são tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de capitais.
À frente da investigação estão a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, com apoio da Força Tarefa de Segurança Pública (FTSP) do Estado.
A operação desta manhã é um desdobramento da Operação Delivery, ocorrida em 9 de outubro do ano passado, quando a PF e o GAECO descobriram que um grupo organizado utilizava redes sociais para a venda de drogas, principalmente sintéticas, e as entregava em residências, bares, festas e até em escolas.
Da mesma forma que os investigados na Delivery, na Operação Desativados os envolvidos usavam as redes sociais e aplicativos de mensagens para divulgar e comercializar diferentes tipos de entorpecentes.
O grupo criminoso alvo da ação de hoje se autodenominava “Ativados”. Na estrutura da organização, cada investigado possuía uma função dentro do grupo: armazenamento, distribuição, transporte e comercialização.
A PF e GAECO ainda encontraram indícios que um dos investigados, proprietário de empresa de produtos veterinários, se utilizava da facilidade de acesso às substâncias com uso controlado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para fornecê-las como matéria prima à organização criminosa para a preparação de droga sintéticas.
Policiais federais ainda tiveram acesso a documentos que comprovam a movimentação de quantias vultuosas entre contas bancárias dos indivíduos, por meio de transferências. A Justiça ainda ordenou o bloqueio de valores nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
Errata
Antes da atualização desta matéria, o Portal SelesNafes.com havia publicado que policiais rodoviários federais estavam na ocorrência da troca de tiros que terminou com o policial militar da reserva ferido. No entanto, a Assessoria de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal informou que a instituição não participou desta operação.