Por ANDRÉ SILVA
Moradores do Bairro Laguinho, na região central de Macapá, convivem com o medo e a sensação de insegurança. Segundo eles, uma onda de assaltos e roubos invadiu a comunidade nos últimos meses.
Para se protegerem, muitos transformaram a casa numa prisão. Cerca elétrica, câmeras, alarmes e grades. Essa é a estrutura da maioria das casas da Avenida Mãe Luzia, por exemplo. O aparato de segurança, segundo moradores, serve para proteger o patrimônio a vida deles.
A psicóloga Maria do Socorro Picanço, de 54 anos, mora no Laguinho desde que nasceu. Ela lembra do tempo em que todos os vizinhos se conheciam e sentavam na calçada de casa no fim da tarde para conversar – o que não é mais possível por conta do medo.
Socorro já chegou a ser roubada e teve todo o salário levado. Ela relatou que, há duas semanas, chegou a encontrar na frente de casa faca, algemas, e a fiação elétrica da frente da residência foi roubada.
“O índice de violência está crescente. Aumentou absurdamente. Roubaram a fiação da frente de casa. A gente já trocou e espero que não roubem de novo. Até a rua aqui é muito escura, o que torna o ambiente mais propício para os bandidos”, denunciou a moradora.
A policial civil aposentada Aline Medeiros também é moradora antiga do bairro. Ela diz ter medo de chegar em casa à noite e que para entrar em sua residência, antes precisa fazer uma ronda.
“Recentemente, estava entrando no carro pra sair de casa e observei uma dupla. Sou policial e a gente está sempre esperta para determinadas situações. Cada um foi pra um lado da rua. Percebi a movimentação e avisei um casal de amigos que estavam comigo e nos separamos, cada um pra seu carro. Eles perceberam a movimentação e passaram direto. Realmente seria um assalto. Percebemos que eles estavam armados”, relatou a policial.
O analista de sistemas Eberson Magalhães falou que os moradores chegaram a fazer uma manifestação, em frente ao Banco da Amizade, no último dia 25.
Confessou que para proteger a família e o patrimônio da violência investiu em cerca elétrica, câmeras, ouriços e grades. Mesmo com todo o investimento, a sensação de insegurança ainda persiste.
“Nos preocupa porque é uma situação que vem ocorrendo no bairro. Vários vizinhos já relataram ter passado por uma situação de violência. Tiveram a casa invadida e foram assaltados. Procuramos o poder público e recebemos algumas respostas”, relatou o morador.
Eberson disse que eles e outros moradores chegaram a procurar o 6⁰ Batalhão da Polícia Militar para solicitar a instalação de uma base da polícia no bairro. A instituição sinalizou, segundo ele, de forma positiva a essa e a outras reivindicações da comunidade e garantiu que em breve serão atendidas.