Por SELES NAFES
Não foi apenas Gilvam Borges, o “dono” do MDB do Amapá, o único derrotado na queda de braço com Jaime Nunes (PSD) e Lucas Barreto (PSD). Some-se aos vencidos o responsável pela indicação dele como candidato a vice, o prefeito Dr Furlan (Cidadania). E coube exatamente a ele, como presidente da federação MDB, Cidadania e PSDB, ler o discurso de renúncia da candidatura de Gilvam.
Gilvam concordou em ficar de fora da eleição, depois da avalanche negativa em torno de seu nome, mas saiu criticando o fato de um pedido de Dr Furlan ter sido rejeitado por Jaime e Lucas.
“Não dá para aceitar que um prefeito da capital, com boa aceitação, não possa indicar um vice numa chapa majoritária”, queixou-se Gilvam.
De fato. Normalmente, em qualquer outro cenário, isso não teria ocorrido, mas como Dr Furlan também já tinha conseguido o que queria (a candidatura da esposa para o Senado), se contentou com a derrota parcial.
Aliás, a candidatura de Rayssa foi mesmo uma surpresa até para os aliados. Muitos apostavam que a primeira dama seria candidata a deputada estadual ou a vice, o que seria considerado um degrau necessário e importante na construção de uma carreira política para ela.
2020
Outro aspecto a ser analisado foi o abandono do discurso que ajudou Dr Furlan a se eleger, em 2020. Quem era contra as oligarquias (grupos familiares de poder), agora tenta construir a sua própria.
Voltando ao vice, por mais que agora pareça que o grupo respira o fim da crise, Gilvam saiu de cena deixando uma casca de banana ao deixar claro que o trio de legendas não abrirá mão de indicar o vice. Vai perder de novo.
A preferida de Jaime é uma médica filiada ao próprio partido dele, Liliane Albuquerque, que também tem o apoio de Lucas, do PTB e do Pros.
Ao aumentar a coleção pessoal de derrotas, Gilvam pode ter iniciado também seu apocalipse particular como presidente “eterno” do MDB. A lambança foi um marco zero para ele.