Operação da PF: Furlan alega ser alvo de perseguição política e acusa juiz de pedir propina

Prefeito falou à imprensa sobre a ação policial, mas não deu oportunidades aos profissionais de fazer perguntas
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Por RODRIGO ÍNDIO

Após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), e levar os celulares dele e de sua esposa, a candidata ao senado Rayssa Furlan (MDB), o gestor alegou ser alvo de perseguição política e acusa um juiz de pedir propina.

As informações foram repassadas nesta sexta-feira (29) durante coletiva para se posicionar sobre a ação policial que investiga compra de votos nas eleições 2020, quando o médico foi eleito prefeito da capital amapaense. Contudo, o cerimonial não abriu aos jornalistas a oportunidade de perguntas ou entrevistas individuais.

Ao lado da Assessora Especial Amanda Lima, Furlan disse que por volta de 5h50 ele e Rayssa foram surpreendidos com a PF em sua porta. Ao fazer uma cronologia dos fatos, ele lembrou que em 2020 um de seus apoiadores, de nome Gleidison – com o qual o prefeito tem relação com a família –, foi pego numa operação da PF. Em seguida, Furlan fez acusações.

“Foi tentado criar uma situação de que meu irmão, que é promotor de justiça, João Paulo de Oliveira Furlan, teria relação nesse momento da apreensão. As provas foram invalidadas”, falou.

Na época, foi instaurado inquérito na Procuradoria Geral de Justiça, que segundo o prefeito, foi arquivado.

Furlan: articulação arquitetada pelo senador Davi Alcolumbre e seu irmão, Josiel Alcolumbre. Fotos: Rodrigo Índio/SN

“Fomos surpreendidos com uma articulação arquitetada pelo senador Davi Alcolumbre e seu irmão, Josiel Alcolumbre [candidato derrotado nas eleições de 2020]. Os fatos são muito claros: lançamos Rayssa candidata ao senado. Existe no TRE um conflito de competência: se cabe ao Ministério Público Estadual ou procurador regional eleitoral. E esse conflito, no primeiro momento, tentado que a gente entrasse. Recebemos um emissário do juiz eleitoral Orlando Souto pedindo propina para que a decisão fosse dada para o MPE”, acusou Furlan.

Ele disse repudiar qualquer forma de situação que siga por esse caminho. Enfatizou diversas vezes que o início da ‘perseguição’ se deu após a homologação da convenção que lançou Rayssa como concorrente ao senado.

“O senhor Orlando Souto deu uma decisão monocrática num inquérito que já está arquivado pelo CNMP [Conselho Nacional dos Ministérios Públicos] dando a competência para o MPF. Isso ocorreu na sexta-feira às 20h. No dia 27 foi expedido um mandado de busca e apreensão e hoje fomos surpreendidos pela PF”, comentou.

E seguiu disparando acusações contra o juiz que determinou as ordens judiciais cumpridas nesta sexta-feira na casa e no gabinete da prefeitura e contra o senador candidato à reeleição.

Mandados foram cumpridos …

… na casa e no gabinete do prefeito. Fotos: Ascom/PF

“Uma decisão de um juiz eleitoral indicado pela OAB com o apoio do senador Davi Alcolumbre na casa do prefeito da capital. Vocês me conhecem, sabem que sou humilde e cargo não mexe comigo, que tem um certidão de agora de nada consta, não respondo a nenhum processo. Diferente do senador Davi Alcolumbre, que teve o seu primo preso por tráfico de drogas, seu irmão preso com R$ 500 mil, tá envolvido no processo de rachadinha de Goiânia, e agora tá envolvido com a RP9 [empresa investigada pela PF] com a Codevasf”, acusou.

O prefeito disse ainda que ele a família foram ameaçados.

“Seu Josiel Alcolumbre foi a Belém ameaçar a tia da minha cunhada de que a PF entraria nas nossas casas, entrou, realmente entrou, está fazendo seu trabalho (…) querem macular nossa imagem porque lançamos Rayssa ao senado”.

“Recebemos um emissário do juiz eleitoral Orlando Souto pedindo propina”

A investigação da qual os mandados de busca e apreensão foram cumpridos é conduzida pelo Ministério Público Federal Eleitoral, afirmou a PF em nota sobre a ação policial desta manhã.

O Tribunal Regional Eleitoral atendeu ao pedido de busca e apreensão dos procuradores federais e expediu as ordens judiciais.

A Assessoria de Comunicação do senador Davi Alcolumbre foi procurada pelo portal SelesNafes.com e prometeu um pronunciamento do parlamentar sobre as acusações do prefeito ainda nesta sexta-feira.

Nota

Logo depois da coletiva, o prefeito Furlan publicou uma nota em suas redes sociais. Veja:

Nota oficial do prefeito Dr. Antônio Furlan

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