Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
De areias de cor forte, a Praia do Vermelho, localizada no Rio Vila Nova, em Santana, na divisa com o município de Mazagão, área metropolitana de Macapá, tem se tornado a sensação do verão santanense.
De lá, é possível ver a ponte que divide Santana e Mazagão. A praia “surge” quando a maré está baixa e garante a centenas de banhistas horas em que podem aproveitar de uma extensa faixa de areia à beira do rio.
E é como em toda praia: vende-se churrasquinho, cerveja, refrigerante, camarão frito e cana – das duas, a geladinha para ser chupada e aquela outra! –, movimentando a economia local, em um fenômeno que lembra um pouco a travessia da cidade de Belém para a Ilha do Combu, que fica em frente à Cidade das Mangueiras.
A Praia do Vermelho tem esse nome porque está localizada na frente da Comunidade do Vermelho, que é uma pessoa, carinhosamente chamado de “Vermelhinho” pela comunidade.
Circuito das Águas
A reportagem do Portal SelesNafes.com acompanhou uma viagem de apresentação do Circuito das Águas, programa da Prefeitura Municipal de Santana (PMS), que este ano retornou com o Santana Verão.
O circuito envolve o já muito conhecido Recanto da Aldeia, na Ilha de Santana, e belas paragens do próprio Rio Amazonas, do Rio Matapi e, o ponto alto, a Praia do Vermelho.
Trata-se de um fenômeno interessante, pois basta que a vazante se faça plena e que a areia comece a surgir na paisagem que dezenas de barcos de variados portes, das famosas rabetas, até catamarãs de alto padrão, jet-skis e lanchas de luxo comecem a aportar na praia. O mesmo ocorre durante a enchente, pois a praia “desaparece” em questão de poucos minutos.
Neste Santana Verão, a PMS organizou campeonatos de futebol, de pênaltis, de pipas e nas semanas seguintes irá colocar até carretinhas de som para animar os frequentadores.
Vídeo: Imagens/Marco Antônio P. Costa e PMS/Edição: Vithória Barreto
“Vendi uma caixa de frango”
O empreendedorismo é marca forte na praia. Lúcia Oliveira, de 42 anos, disse que sempre frequentou o lugar.
“Desde que começou aqui, o ‘praião’, eu sempre vim aqui, isso faz uns seis anos. Eu sou do Igarapé Banha, em Mazagão, e hoje você viu: eu cheguei e vendi uma caixa de frango, com seis frangos, não deu pra quem quis. Dá pra fazer o real, né?”, declarou, contente, a vendedora de churrasquinho.
A praia é frequentada por pessoas de vários lugares. Gente de Santana, Mazagão, Macapá, de outros estados, e até uma família europeia participava do passeio.
“O meu cunhado comprou um terreno, uma casa no Anauerapucu [Distrito de Santana], e a gente ouviu falar dessa praia nesse Santana Verão. É a primeira vez e é muito bacana aqui, tá tranquilo, é só o filé. Bora bater uma bola logo”, disse Júnior Leal, motorista de Macapá, que curtiu a praia junto com a esposa.
Como chegar e o que levar?
Há várias formas para se chegar na Praia do Vermelho. Para quem tem carro, talvez a melhor maneira seja pegar um ramal à esquerda da Rodovia AP-010, antes de subir a ponte sobre o Rio Vila Nova, no sentido de quem vai para Mazagão.
Chegando até à Comunidade do Vermelho, é possível estacionar o carro e negociar com barqueiros e catraieiros a travessia, que tem preço popular que pode variar de R$ 3 a R$ 10. Trata-se de uma travessia bem curta.
De barco, lancha ou jet-ski, há diversos caminhos, por óbvio, e o que se indica mesmo é buscar as cercanias da ponte sobre o Rio Vila Nova, em região próxima à foz do rio. Há passeios de barcos que saem do Igarapé da Fortaleza e que fazem a rota do Circuito das Águas, com segurança e comodidade para os passageiros.
É primordial levar cadeiras e barracas de sol, pois no local não há estrutura. Se não quiser consumir na praia, que tem até vatapá, macarronada e abacaxi gelado sendo vendidos, aconselha-se a fazer a famosa “farofada”, ou seja, levar a própria comida.
No mais, é só curtir uma rodada de “altinha”, um banho gostoso de água gelada e muita curtição nessa praia que tem a cara da Amazônia.