Após 4 meses de internação, criança queimada com café fervendo será transferida

Acidente ocorrem em Oiapoque. Isadora, de 1,9 ano, já teve vários episódios de infecção e perdeu parte do couro cabeludo
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Por ANDRÉ SILVA

Isadora Pimentel Cardoso tem apenas 1 ano e 9 meses, mas já passa por um dos momentos mais difíceis da vida. No início de 2022, uma panela com café fervendo caiu na cabeça dela provocando queimaduras profundas e causando a perda de parte do couro cabeludo. Após 120 dias de internação, agora ela aguarda o TFD para ser transferida do Amapá.

Parentes lembram que tudo foi muito rápido. O acidente ocorreu quando o irmão dela, de 18 anos, preparava o café para a família que mora em Oiapoque, município a 590 km de Macapá. 

Poucos segundos foram o suficiente para a criança que estava na sala brincando, chegar à cozinha e alcançar a alça da panela, que virou sobre ela.

“Foi o tempo em que ele (o irmão mais velho) foi pegar a garrafa e o coador e ela entrou entre o fogão e a geladeira. Ele gritou e eu sai correndo pra ver o que tinha acontecido e ele já vinha correndo com ela toda vermelha, queimada… Chamamos o carro e fomos para o hospital”, recorda a mãe da criança, a vigia patrimonial Edna Maria Barros Pimentel.

Infecções sucessivas causaram a perda de parte do couro cabeludo. Fotos: Família;/Divulgação

Complicações

No dia seguinte, Isadora foi encaminhada para o centro de queimados do Hospital de Emergência de Macapá, onde permaneceu internada por 17 dias. Ao receber alta, os curativos passaram a ser feitos pela família, em casa, mas dias depois a ferida começou a infeccionar e apresentar mal cheiro.

“A gente ficou preocupado e levamos ela no hospital e a médica encaminhou ela de volta para o HE. Quando chegou, os médicos disseram que infeccionou e ela perdeu parte do couro cabeludo. Da metade pra frente da cabeça, ela perdeu cabelo. Ficou como se ela tivesse sido escalpelada”, compara.

No dia 18 de julho, Isadora recebeu alta do Hospital da Criança e foi mandada para casa onde continuou com o tratamento com antibióticos, mas no dia 25 teve que retornar porque a ferida infeccionou novamente.

“Já estava abrindo tudo de novo a parte que estava cicatrizada”, conta a mãe.

Acidente em poucos segundos

A mãe decidiu procurar ajuda fora do Amapá, e conseguiu por meio da ONG Carlos Daniel tratamento para a filha em São Paulo. Ela deu entrada no programa de Tratamento Fora de Domicilio e aguarda resposta.

“A gente precisa do TFD pra que a gente consiga chegar lá a tempo e possa dar essa oportunidade para que minha filha fique boa. Porque minha filha é uma criança feliz, mesmo passando por tudo isso. A gente se sente forte por causa dela. Ela que me passa essa energia. Agora ela precisa de um tratamento e acredito que esse hospital que ela vai, vai ajudar a resolver”.

Na cidade paulistana, a criança já tem onde ficar para realizar os exames necessários e dar início ao tratamento.

Seles Nafes
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